13 maio 2013

Egoísmo

Sinto falta de você.
Mas o que sinto falta é de de tudo o que é seu e que me falta.
Sinto falta das minhas faltas que em você não faltam.
Sinto falta do que eu gostaria de ser e que você já é.


Estralho jeito de carecer,de parecer AMOR.

Hoje, deste ímpeto de honestidade que me faz dizer, eu descobri minhas carências inconfessáveis que insisto
 em manter veladas.
Acessei o baú de minhas razões inconscientes e descobri um motivo para não continuar mentindo.


Hoje eu quero lhe confessar o meu não AMOR, mesmo que pareça ser.

Eu não tenho o direito de adentrar o seu território com o objetivo de lhe roubar a escritura.
Amor só vale a pena se for para ampliar o que já temos.
Você era melhor antes de mim, e só agora posso ver.


Nessa vida de fachadas tão atraentes e fascinantes; neste tempo de retiradas e retirantes, sequestrados e sequestradores, a gente corre o risco de não saber exatamente quem somos. 


Mas o tempo de saber já chegou.



Não quero mais conviver com meu lado obscuro, e, por isso, ouso direcionar meus braços na direção da dose de honestidade que hoje me cabe.

Hoje quero lhe confessar meu egoísmo.


Quem sabe  assim eu possa ainda que por um instante amar você de verdade.

Perdoe-me se meu amor chegou tarde demais, se meu querer bem é inoportuno e em hora errada.


É que hoje eu quero lhe confessar meu desatino, meu segredo tão desconcertante: 
Ao dizer que sinto falta de você eu sinto falta de mim mesmo.


Pe Fábio de Melo


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