13 janeiro 2014

Compaixão

Fonte: http://chalita.com.br/



Há palavras que nos trazem significados tão essenciais que é preciso, vez ou outra, usar um pouco de nosso tempo para refletir sobre elas. Compaixão é uma dessas palavras. Compaixão significa "sofrer com". É a capacidade que tem uma pessoa de sofrer com a outra. De se colocar no lugar da outra, consciente de que fazemos parte do mesmo barro, da mesma espécie, da mesma humanidade.
Compaixão não se confunde com pena. Quem tem pena olha de cima para baixo. Quem tem compaixão senta junto. A pena é passiva. A compaixão, não. Ela requer atitude frente ao sofrimento do outro. Uma atitude que vise a minimizar a dor alheia. Para isso, é preciso sensibilidade e generosidade. Há exemplos por todos os lados: gente que sai a cuidar de quem precisa, que usa parte de seu tempo para ajudar os outros a encontrar significado para a própria vida.
Em trabalhos voluntários, é comum ver pessoas se emocionando com a capacidade que tiveram de roubar o sorriso de uma criança que sofre com câncer, de um idoso que não recebia visitas no asilo, de uma mãe que não sabia como cuidar de seu filho e assim por diante. Mas há um desafio que vai além. Usar a compaixão no dia a dia. Em qualquer profissão. Uma palavra, um gesto, uma preocupação do taxista e o passageiro sente-se cuidado. Um sorriso do motorista de ônibus, a paciência com aquele idoso que demora um pouco mais para subir. Um enfermeiro que usa as palavras corretas para que sua profissão não caia na rotina e ele continue enxergando o outro. Um professor que sabe do poder que tem de ajudar os seus alunos a serem protagonistas da própria história, superando dificuldades e seguindo adiante.
Podemos falar de compaixão, também, na família. Um pai que sofre com o sofrimento do filho. Um filho que sofre com o sofrimento do pai. Companheiros que se enxergam e, enxergando-se, sabem que podem amenizar a dor.
Em uma sociedade tão apressada, com relações tão egoístas, desperdiçamos o poder do "enlaçar as mãos”, do sentir, do alimentar de afeto. Mas dá tempo de mudar. O convite é viver compreendendo o sofrimento do outro, ajudando-o e nutrindo-o de esperança.
Por Gabriel Chalita (fonte: Diário de S. Paulo) | Data: 10/1/2014

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