28 janeiro 2016

Frases: O que realmente importa?

Olá leitores queridos! Trago para vocês enfim, frases de um livro, maravilhoso.Do  Autor e Palestrante; Anderson Cavalcante. Um dos escritores de grande sucesso.No nosso país e no exterior.  Em um mundo tão cheio de cobranças e exigências, se faz necessário, parar um pouco e se perguntar: O que realmente importa? Como se trata de um título interrogativo, muitas respostas vêm a nossa mente: Tipo, Amor, saúde dinheiro, paz. Um bom emprego.... a lista é bem vasta. Mas não são raras as vezes que vemos pessoas, que têm do essencial ao extravagante, e apesar disso, não são  felizes.  Diante desta realidade, fazemos mais uma vez a mesma pergunta:  O que realmente importa?  Este livro além do vasto conhecimento do autor sobre  a essência humana, a leitura ainda é enriquecida, com frases e breves reflexões de alguns autores,e  filósofos, que contribuem de forma impecável na elaboração, e do desenvolvimento desta  leitura, que  afirmo sem exagero  é essencial, para avaliarmos nossa qualidade de vida. Para que possamos dar prioridade, ao que  realmente importa.




Cada vez que fazemos uma opção, estamos redefinindo nosso caminho. Cada
decisão tomada ou nos aproxima do destino desejado ou nos afasta completamente
dele. O futuro é consequência das escolhas que fazemos no presente. Por isso, é
fundamental que você reflita quais são os motivos por trás de suas escolhas: O que o
move a fazer suas escolhas de vida? Por que você optou pela faculdade que está
cursando ou que já cursou? Era isso mesmo que você queria ou foi algo que lhe
impuseram?




Ter clareza do porquê de suas escolhas irá contribuir muito para que você tenha uma
vida mais calcada em certezas. Não estou falando da certeza de que tudo dará certo na
sua vida, até porque a vida não teria graça se tivéssemos certeza de tudo que ainda
vamos viver. Estou falando da certeza que só sentimos quando fazemos a escolha que
julgamos correta, da sensação de estarmos no caminho certo, empenhados em fazer
com excelência tudo aquilo a que nos propusemos. Estou falando de dar o nosso
melhor, daquele sentimento que nos contagia ao realizarmos algo que alimenta nossa
alma.


O despertar
Cada minuto de vida é um minuto a menos,
não um minuto a mais.
Mal nascemos e já começamos a morrer.




Nesta vida você está apenas de passagem. Você é um
espírito ocupando um corpo, não um corpo ocupando um espírito. Há um propósito
maior na existência humana. No entanto, a maioria de nós não tem consciência disso.
Perdemos a dimensão espiritual da vida na mesquinhez do dia a dia. Não aproveitamos
cada minuto de nossa existência como deveríamos. Em vez disso, deixamos o tempo
escorrer por entre nossos dedos, enquanto estamos ocupados com coisas absolutamente

sem importância.




Quantas pessoas não têm clareza de sua missão, de seus propósitos e levam a vida
como um velho mascate? Vivem de trocas. Entram num emprego e na primeira
dificuldade trocam; casam-se e se separam na mesma velocidade com que mudam de
roupa; fazem amigos, mas não conseguem mantê-los. Pessoas assim adoram tentar,
sempre acreditando que “o próximo será melhor”. Grande erro! Não percebem que
uma vida sem propósito não leva a lugar nenhum, não veem que o problema não é
externo, mas está dentro delas mesmas. Só que olhar para dentro é um hábito que as
pessoas vão deixando de lado. O mais comum é que elas apenas se olhem no espelho,
para ver se estão com a aparência ditada pela moda.



É a energia da vida. Os espiritualistas acreditam que pessoas com projetos de vida que beneficiam o próximo
recebem de Deus uma espécie de bônus para viver mais, a fim m de concluir sua missão.
Mas há quem viva sem nunca sequer ter se perguntado o que está fazendo neste planeta,
qual é o sentido de sua vida e o que pode fazer a fim de contribuir para um mundo
melhor.



Se você optar por levar uma vida sem sentido, sua existência poderá se transformar
em um poço de frustração. No final de cada dia, ao se deitar para dormir, você terá o
corpo cansado e a alma tensa. Porque sua alma precisa de muito mais do que o
movimento frenético de seu corpo para se nutrir. Só que o dia a dia e os
“compromissos” que você assume o afastam do que é essencial, daquilo de que sua
alma realmente precisa.



...viver não é apenas passar pelo mundo. É preciso também aprender a ouvir seu
próprio ser. Você precisa ouvir seu próprio chamado, que vem dessa zona quase
inalcançável que há em você. Precisa encontrar sua verdadeira vocação, mesmo que ela
esteja soterrada por uma infinidade de atividades que você assumiu ao longo da vida
sem refletir se de fato fariam sentido para você.




As pessoas que atingem algum nível verdadeiro de realização são justamente aquelas
que superam as circunstâncias da vida e agem conforme seu coração. Estou falando de
pessoas que aprenderam a sentir com a cabeça e a pensar com o coração. São elas que
ouvem o chamado essencial, que vão se destacar em qualquer área.



Lembre-se deste comentário do pastor norte-americano Rick Warren: “A
importância das coisas pode ser medida pelo tempo que estamos dispostos a investir
nelas. Quanto maior o tempo dedicado a algo, mais você demonstra a importância e o
valor que isso tem para você. Se você quiser conhecer as prioridades de uma pessoa,
observe a forma como ela utiliza o tempo.”




Ouça sua vocação. Faça o que seu coração manda.
Seja fiel a sua essência. Não ofereça resistência ao que você realmente deseja. Caso
contrário, você estará lutando contra a pessoa mais importante de sua vida: você
mesmo. Obedeça ao seu coração! Mas faça isso de verdade, sem meias palavras nem
meias atitudes, porque obedecer parcialmente é desobedecer.



...todo mundo tem. Alguns têm medo
da vida, outros do viver. Tome cuidado com o medo que você alimenta porque ele pode
aprisioná-lo, e essa é a pior das prisões que existe no mundo. É uma prisão sem celas,
sem muros nem guardas, de onde é difícil escapar porque é uma prisão interior, da qual
só você pode encontrar a saída.



A chave para a liberdade é a coragem. Mas coragem não é ausência de medo. Ter
coragem é ter consciência do tamanho do desafio e estar disposto a caminhar nessa
direção. Isso significa que você é capaz de superar o medo e com isso realizar o que sua
consciência quer fazer. O medo é um sentimento em certa medida positivo, porque
protege você de situações de risco. Mas o medo desmedido pode paralisá-lo. Você
precisa controlar o medo em vez de ser controlado por ele.



Viver uma vida sem propósito é viver sem liberdade de crescer. Mais que isso, é não
viver, porque em verdade nascemos para realizar nossa missão. É isso que realmente
importa. Essa é nossa natureza e não podemos aceitar nada menos que isso. E quando
estamos distantes de nossa missão, nossa força se perde em coisas absolutamente sem
sentido.



Muitas pessoas “subexistem” porque estão completamente privadas da possibilidade
de se conhecer, de pensar no que são, no que querem realizar de importante para
transcender seus próprios desejos e sonhos a ponto de contribuir para algo que faça
diferença na vida de outras pessoas também.



A coragem de transformar a própria vida não depende da sua idade! Seja qual for,
livre-se de todos os pensamentos restritivos e limitadores e vá atrás do que você
acredita, de sua vocação! Encontre-a, encare-a, para poder transcendê-la!



Olhe para sua vida como quem olha para uma estrada. Identifique onde está você
hoje e onde estão seus verdadeiros desejos. Trace uma linha que lhe mostre o ponto no
qual você começou a se afastar do que realmente gostaria de viver e das pessoas que
gostaria que estivessem a seu lado nesse caminho. Pense em quanto seria ruim chegar a
seu destino, ultrapassar a barreira que lhe dará a vitória, olhar para o lado e perceber
que estava sozinho.



Quando você tiver alguma dúvida,
não pense em consultar um manual de procedimentos,
e sim em consultar seu coração,
sua consciência, e saberá como agir pautado
em suas crenças, em seus valores.
Louis Gerstner





Se quiser manter a dignidade, não aceite a primeira, nem a segunda, e nenhuma outra
proposta que o tire de seu caminho, que o afaste de seus valores, que manche sua
dignidade, por mais vantajosa que possa parecer no momento. Não pense que será “só
por um tempo”, “só uma vez”. Resista à tentação. Não se engane pensando que não há
ninguém olhando ou que ninguém nunca vai saber de seu deslize. Porque você está lá, e
está presenciando isso. Sua consciência estará atenta e registrará cada um de seus atos.



Dignidade é um valor muito sublime, e precisamos pensar nela todos os dias. Afinal,
nas situações mais corriqueiras da vida vemos nossa dignidade ser testada. A questão é
que nem sempre percebemos que ela está atuando em nós, guiando nossos passos.



Humildade não tem nada a ver com pobreza! Ser humilde é ter consciência de seus
limites. E isso faz com que você não só se conheça melhor e busque a cada dia crescer e
superá-los, mas também o torna capaz de respeitar os limites dos outros.


A humildade é um antídoto contra o orgulho! Ela tem o efeito de uma agulha com
linha, alinhavando vidas, aproximando as pessoas, unindo mesmo os que são diferentes,
enquanto o orgulho é como uma tesoura cega, que corta tudo o que encontra pela
frente, machucando e danificando por onde passa. É bom sentir-se orgulhoso de si
mesmo, ainda mais quando percebemos nossa capacidade de aprimoramento, de sermos
cada vez melhores em nossas tarefas. Mas o orgulho nunca deve se impor, porque, se
isso acontecer, você para de progredir, acha que não tem mais nada a desenvolver, e
sabemos que isso não é verdade. Podemos ir cada vez mais longe.


Acreditar nos leva lá.




A fé é um valor que anda esquecido, e acho que essa é uma das principais razões que
levam as pessoas a perder o rumo de sua vida. Sem fé, fica difícil dar qualquer passo,
porque você se sente sozinho no mundo, sem amparo e muito vulnerável.



Mas eu me pergunto: se todos nós já presenciamos a mudança de comportamento de
alguém que passa por uma situação-limite, por que precisamos esperar que algo
semelhante nos aconteça para decidirmos fortalecer nossa fé? Não seria mais fácil e
bem mais sensato agirmos preventivamente, vivendo de acordo com nossos valores,
trabalhando para que nossa fé se fortaleça antes que sejamos obrigados a isso por outra
via, mais triste e dolorosa?



O amor é capaz de nos elevar e dar sentido à nossa vida. Só por amor somos capazes
de grandes gestos. Só por amor somos capazes de perdoar o que for preciso. Só por
amor nos colocamos em segundo plano para priorizar a necessidade do outro. Só com o
amor somos capazes de sentir a dor do outro e nos irmanarmos com ele.




... é estar disposto a correr riscos, e estou falando de todo tipo de risco:
de se decepcionar, de perder, de ser mal compreendido, de ser rejeitado, de ser
surpreendido. Amor não é coisa para covardes! Roberto Tranjan tem uma de􀃨nição
que aprecio muito; ele diz que amor não é apenas um sentimento, é muito mais que
isso. Amor é decisão e compromisso.



As pessoas
que você mais ama na vida, um dia, conscientemente ou não, pisarão na bola com você.
Aqueles que você mais admira, em algum momento, ainda vão chateá-lo
profundamente. E não há nada de errado nisso. Um dia você vai amá-la e no outro
corre o sério risco de odiá-la. Assim é a vida. Ninguém é tão bom quanto parece, nem
tão ruim como demonstra ser. Todos erram e continuarão errando. Somos humanos
imperfeitos.



Muita gente ambiciona deixar para os herdeiros um patrimônio grandioso. Essas
pessoas muitas vezes estão doentes pela falta de amor; concentram tudo na busca
material porque não se deram conta de que o que vale a pena deixar é um legado. E um
legado verdadeiro se constrói com amor, com a maneira como tratamos as pessoas.



A vida sem amor realmente não tem nenhum valor. O amor deve ser a prioridade do
ser humano. É ele que nutre a alma. Jamais terá experimentado o sabor da vida aquele
que não amou.



Frases Selecionados e postas
Por Bia Oliveira



Sobre o Autor :



22 janeiro 2016

Espada de vidro (Trecho de Livros) Lançamento 12 de Fevereiro

Capítulo Um
Estremeço. Ela me deu um pano limpo, mas ainda tinha cheiro de sangue. Não deveria me importar com isso. Já tenho sangue pela roupa inteira. O vermelho é meu, claro. O prateado pertence a muitos outros. Evangeline, Ptolemus, o lorde ninfoide… todos que tentaram me matar na arena. Imagino que parte desse sangue também é de Cal. Ele sangrou muito sobre a areia, todo cortado e arranhado por nossos potenciais carrascos. Agora Cal está sentado na minha frente, observando os próprios pés, deixando as feridas começarem o lento processo de cicatrização. Dou uma olhada num dos muitos cortes no meu braço, provavelmente feito por Evangeline. Ainda fresco, fundo o suficiente para deixar uma marca. Parte de mim se alegra ao pensar nisto: esta incisão irregular não vai desaparecer magicamente sob as mãos frias de um curandeiro. Cal e eu não estamos mais no mundo prateado, e não há ninguém para simplesmente apagar nossas cicatrizes merecidas. Nós escapamos. Eu escapei, pelo menos. As correntes de Cal são um lembrete concreto de sua condição de prisioneiro.
Farley cutuca meu braço, e a delicadeza de seu toque me surpreende.
— Esconda o rosto, garota elétrica. É o que estão procurando.
Pela primeira vez, faço o que mandam. Os outros seguem meu exemplo e cobrem a boca e o nariz com um tecido vermelho. O rosto de Cal é o último a ser coberto. Ele não reage quando Farley dá um nó no disfarce dele, deixando-o parecido com um de nós.
Se ao menos ele fosse um de nós…
Uma vibração elétrica energiza meu corpo e me lembra que estou no subtrem, pulsando e chiando. Inexorável, ele nos leva adiante, para uma cidade que um dia foi um santuário. O trem dispara e grita sobre os velhos trilhos como um lépido prateado correndo em campo aberto. Ouço o metal faiscar, sinto-o no fundo dos ossos, onde uma dor fria se instala. Minha fúria, minha força na arena parecem lembranças distantes, que deixaram para trás apenas dor e medo. Mal posso imaginar o que Cal está pensando. Ele perdeu tudo, tudo que amava na vida: um pai, um irmão, um reino… Como ele faz para suportar, para permanecer imóvel a não ser pelo balanço do trem? Não sei.
Ninguém precisa me dizer o motivo da pressa. Farley e seus guardas, tensos como uma corda esticada, são o suficiente para eu entender. Ainda estamos fugindo.
Maven já passou por este caminho antes, e passará de novo. Desta vez, com a fúria dos seus soldados, sua mãe e sua nova coroa. Ontem ele era um príncipe; hoje é o rei. Pensei que fosse meu amigo, meu noivo. Agora sei a verdade.
Confiei nele um dia. Agora sei que devo odiá-lo, temê-lo. Por uma coroa, ele ajudou a matar o próprio pai e incriminou o irmão pelo assassinato. Ele sabe que a radiação ao redor da cidade em ruínas é uma mentira, um truque; e sabe para onde o trem vai. O santuário construído por Farley não é mais seguro, não para nós. Não para você.
Talvez já estejamos correndo em direção a uma armadilha.
Um braço me envolve com força ao perceber meu desconforto. Shade. Ainda não consigo acreditar que meu irmão está aqui, vivo — e, ainda mais estranho, igual a mim. Vermelho e prateado, e mais forte que ambos.
— Não vou deixar pegarem você de novo — ele sussurra tão baixo que quase não consigo escutar. Imagino que lealdade a qualquer coisa que não seja a Guarda Escarlate não seja permitida, ainda que se trate de um familiar. — Prometo.
A presença dele me acalma, me faz voltar no tempo. Até uma primavera chuvosa, antes de ele ser recrutado, quando ainda podíamos fingir ser crianças. Não existia nada além da lama, do povoado e do nosso hábito idiota de ignorar o futuro. Agora só consigo pensar no futuro, só consigo me perguntar a que caminhos sombrios meus atos vão nos levar.
— O que vamos fazer agora? — Minha pergunta é dirigida a Farley, mas meus olhos encontram Kilorn. Ele está bem atrás dela, um guardião obediente, com o queixo rígido e ataduras ensanguentadas. E pensar que ele era aprendiz de pescador não faz muito tempo. Assim como Shade, ele parece deslocado, um fantasma de uma época anterior a tudo isto.
— Sempre há para onde correr — Farley responde, mais concentrada em Cal do que em qualquer outra coisa. Ela fica à espera de que ele lute, resista, mas ele não faz nada disso. — E não desgrude dela — Farley diz para Shade depois de um longo momento. Meu irmão assente e sinto a palma da sua mão pesar mais no meu ombro. — Não podemos perdê-la.
Não sou general nem estrategista, mas o raciocínio dela é claro. Sou a menininha elétrica — eletricidade viva, relâmpago em forma humana. As pessoas sabem meu nome, conhecem meu rosto e meus poderes. Sou valiosa, sou poderosa, e Maven fará qualquer coisa para me impedir de contra-atacar. Como meu irmão pode me proteger da perversão do novo rei — mesmo sendo igual a mim, mesmo sendo a coisa mais rápida que já vi —, não sei. Mas preciso acreditar, ainda que pareça um milagre. Afinal, tenho visto tantas coisas impossíveis. Outra fuga seria só mais uma.
Ferrolhos de armas deslizam e travam com um clique que ecoa no fundo do trem à medida que a guarda se prepara. Kilorn se posiciona perto de mim, segurando firme o rifle atravessado no seu peito. Ele olha para baixo com uma expressão suave. Tenta dar um sorrisinho para me fazer rir, mas seus olhos verdes e brilhantes estão sérios e temerosos.
Em contrapartida, Cal está sentado em silêncio, quase em paz. Embora seja quem mais tem motivos para temer — acorrentado, cercado de inimigos, caçado pelo próprio irmão —, ele parece sereno. Não estou surpresa. Ele é um soldado de nascença e criação. Guerra é uma coisa que ele entende, e com certeza estamos em guerra agora.
— Espero que vocês não estejam pensando em lutar — ele diz, falando pela primeira vez em muito tempo. Seus olhos estão fixos em mim, mas suas palavras provocam Farley. — Espero que planejem fugir.
— Poupe o fôlego, prateado. — Ela endireita os ombros. — Sei o que temos de fazer.
— Ele também sabe. — Não consigo segurar as palavras.
Farley lança um olhar ardente para mim, mas já suportei pior. Nem estremeço.
— Cal sabe como eles lutam — continuo. — Sabe o que vão fazer para nos impedir. Use-o.
Qual é a sensação de ser usada? Ele cuspiu essas palavras na minha cara quando estávamos na prisão debaixo do Ossário e tive vontade de morrer. Agora quase não dói.
Ela não fala nada, e isso basta para Cal:
— Vão vir com os Dragões — ele diz, sombrio.
— Como se existissem! — Kilorn ri alto.
— São jatos — Cal diz com o olhar brilhando de desgosto. — Asas laranja, fuselagem prateada, um único piloto, fácil de manobrar, perfeito para ataques urbanos. Cada um carrega quatro mísseis. Se multiplicarmos por um esquadrão, são quarenta e oito mísseis de que vocês têm que correr, além da munição leve. Conseguem lidar com isso? — A resposta é apenas o silêncio. Não, não conseguimos. — E os Dragões são a menor das nossas preocupações. Eles só vão circular, defender o perímetro, nos manter no lugar até as tropas terrestres chegarem. — Ele baixa os olhos, pensando rápido. Está se perguntando o que faria se estivesse do outro lado, se fosse o rei em vez de Maven. — Vão nos cercar e apresentar seus termos. Mare e eu em troca de deixar vocês escaparem.
Outro sacrifício. Devagar, respiro fundo. Esta manhã, ontem, antes de toda esta loucura, eu teria ficado feliz de me entregar para salvar apenas Kilorn e meu irmão. Mas agora… Agora sei que sou especial. Agora tenho outros para proteger. Agora não podem me perder.
— Não podemos concordar com isso — digo. Uma verdade amarga. O olhar de Kilorn pesa sobre mim, mas não o encaro. Não conseguiria digerir seu julgamento.
Cal não é tão duro quanto eu. Ele acena com a cabeça, concordando comigo.
— O rei não acha que vamos ceder — ele comenta. — Os jatos vão derrubar as ruínas sobre nós, e o resto vai varrer os sobreviventes. Será um pouco mais do que um massacre.
Farley é orgulhosa, até quando está em um beco sem saída terrível, como agora.
— O que você sugere? — ela pergunta, se inclinando sobre ele. As palavras dela jorram desdém. — Rendição total?
— Maven ainda mataria você. Seja em uma cela ou no campo de batalha, ele não vai deixar nenhum de nós viver — Cal diz, com uma expressão de nojo em seu rosto.
— Então é melhor morrer lutando. — A voz de Kilorn soa mais forte do que deveria, mas seus dedos tremem. Ele parece disposto a fazer tudo pela causa como o resto dos rebeldes, mas meu amigo ainda tem medo. Ainda é um garoto com não mais de dezoito anos, com muito pelo que viver e muito pouco pelo que morrer.
Cal desdenha da declaração forçada mas corajosa de Kilorn, apesar de não dizer mais nada. Ele sabe que uma descrição gráfica da nossa morte iminente não vai ajudar ninguém.
Farley não compartilha de seu sentimento e despreza a opinião dos dois com um gesto. Atrás de mim, meu irmão parece tão determinado quanto ela.
Eles sabem alguma coisa que não sabemos, alguma coisa que não vão dizer ainda. Maven ensinou a todos nós o preço de confiar nas pessoas erradas.
— Não somos nós que vamos morrer hoje. — É tudo o que ela diz antes de marchar para a frente do trem. As botas dela contra o assoalho metálico soam como marteladas, cada passo um golpe de determinação e teimosia.
Percebo o trem desacelerar antes mesmo de sentir. A eletricidade diminui, enfraquece, à medida que deslizamos para dentro da estação. Talvez encontremos no alto do céu uma neblina branca ou os jatos de asas laranja, não sei. Os outros parecem não se importar e saem do trem com uma intenção clara. Em seu silêncio, a guarda armada e mascarada se assemelha a soldados, mas eu sei a verdade. Não são páreo para o que virá.
— Prepare-se — Cal sussurra no meu ouvido, e sua voz me dá calafrios. Lembro dos dias que já passaram, da dança sob o luar. — Lembre-se de como você é forte.
Kilorn abre caminho para o meu lado com os ombros e me separa de Cal antes que eu possa dizer que a minha força e o meu poder são tudo de que eu ainda tenho certeza. A eletricidade nas minhas veias talvez seja a única coisa em que confio neste mundo.
Quero acreditar na Guarda Escarlate e, claro, em Shade e Kilorn, mas não consigo, não depois da confusão que a minha confiança, a minha cegueira em relação a Maven nos meteu. E Cal está completamente fora de questão. É um prisioneiro, um prateado, o inimigo que nos trairia se pudesse — se tivesse outro lugar para onde fugir.
Mesmo assim, por algum motivo, sinto uma ligação com ele. Lembro do garoto sobrecarregado que me deu uma moeda de prata quando eu não era nada. Com aquele único gesto, ele mudou o meu futuro e destruiu o próprio.
E temos uma aliança — instável, forjada em sangue e traição. Estamos conectados, unidos contra Maven, contra todos que nos enganaram, contra o mundo prestes a se despedaçar.


O silêncio nos espera. A neblina cinzenta e úmida paira sobre as ruínas de Naercey, trazendo o céu tão para baixo que eu poderia tocá-lo. Faz frio, o frio do outono, a estação da mudança e da morte. Nada assombra os céus ainda, nenhum jato para chover destruição sobre uma cidade já destruída. Farley impõe um ritmo acelerado e segue na frente desde os trilhos até a avenida larga e abandonada. Os escombros abrem-se como um cânion, mais cinzentos e arrasados do que me lembrava.
Marchamos pela rua em direção ao leste, rumo à orla encoberta. As estruturas altas, semidesmoronadas, inclinam-se sobre nós; suas janelas são como olhos que nos observam passar. Os prateados poderiam estar à nossa espera dentro de algum buraco, debaixo de arcos ensombrecidos, prontos para matar a Guarda Escarlate. Maven poderia me forçar a assisti-lo eliminar os rebeldes um a um. Ele não me daria o luxo de uma morte rápida e indolor. Ou pior, penso. Ele não me deixaria sequer morrer.
Esse pensamento faz meu sangue gelar como o toque de um calafrio prateado. Por mais que Maven tenha mentido para mim, ainda conheço um pedacinho do coração dele. Lembro dele me agarrando através das barras da cela, me segurando com dedos trêmulos. E lembro do nome que ele carrega, o nome que me faz pensar que ainda há um coração batendo dentro dele. Seu nome era Thomas, e eu o vi morrer. Ele não conseguiu salvar aquele garoto. Mas pode me salvar, da sua própria maneira perversa.
Não. Nunca vou lhe dar essa satisfação. Prefiro morrer.
Mas, por mais que eu tente, não consigo esquecer a sombra que pensei que ele fosse, o príncipe perdido e esquecido. Queria que aquela pessoa fosse real. Queria que ele existisse em algum lugar além das minhas lembranças.
As ruínas de Naercey ecoam de um jeito estranho, mais silenciosas do que deveriam. Então me assusto ao perceber por quê. Os refugiados foram embora. A mulher que varria os montes de cinzas, as crianças que se escondiam nas tubulações, as sombras dos meus irmãos e irmãs vermelhos: todos fugiram. Não sobrou ninguém além de nós.
— Você pode pensar o que quiser de Farley, mas ela não é estúpida — Shade responde antes de eu ter a chance de perguntar. — Deu ordem para todos baterem em retirada ontem à noite, depois de escapar de Archeon. Ela pensou que você ou Maven falariam sob tortura.
Ela estava errada. Não era preciso torturar Maven. Ele forneceu as informações de livre e espontânea vontade. Abriu a mente para a mãe e a deixou revirar tudo o que tinha visto. O subtrem, a cidade secreta, a lista. Era tudo dela agora, assim como ele sempre foi.
A fileira de soldados da Guarda Escarlate estende-se atrás de nós, um bando desordenado de homens e mulheres armados. Kilorn marcha no meu encalço, o olhar centrado, enquanto Farley lidera. Dois soldados corpulentos forçam Cal a seguir os passos dela de perto, apertando bem os braços dele. Os cachecóis vermelhos os fazem parecer um pesadelo encarnado. Mas restam muito poucos de nós agora, talvez trinta, todos caminhando feridos. Tão poucos sobreviveram…
— Não temos gente suficiente para continuar com a rebelião, ainda que a gente escape de novo — cochicho para meu irmão. A neblina abafa minha voz, mas ele me escuta mesmo assim.
O canto da boca dele se contrai, como se quisesse sorrir.
— Isso não é preocupação sua.
Antes que eu pudesse insistir no assunto, o soldado na nossa frente para. Não é o único. Na frente da fila, Farley ergue o punho e crava os olhos no céu cinzento. Os demais imitam o gesto e procuram o que não conseguimos enxergar. Apenas Cal continua a olhar para o chão. Ele já sabe qual vai ser nosso destino.
Um grito distante, inumano, desce através da névoa. É um som mecânico e constante, circulando lá no alto. E não está sozinho. Doze sombras em forma de flecha disparam no céu; suas asas laranja cortam uma nuvem atrás da outra. Nunca tinha visto um jato direito, não tão perto ou sem o manto da noite, então não consigo evitar que meu queixo caia quando consigo avistá-los. Farley berra ordens para a Guarda, mas não a escuto. Estou concentrada demais em observar o céu, em assistir à morte alada traçar um arco sobre nossas cabeças. Como a moto de Cal, as máquinas voadoras são lindas, feitas de metal e vidro inacreditavelmente curvados. Imagino que um magnetron tenha algo a ver com a fabricação — de que outra maneira metal poderia voar? Motores azulados faíscam sob as asas, um indício de eletricidade. Mal sinto a pontada; é como um suspiro contra minha pele, longe demais para que eu possa afetá-los. Só posso observar — horrorizada.
Eles chiam e giram em torno da ilha de Naercey sem jamais quebrar a formação circular. Quase sou capaz de fingir que são inofensivos, nada além de pássaros curiosos que vieram ver os destroços de uma rebelião. Então um dardo de metal cinza dispara sobre nós deixando uma trilha de fumaça, movendo-se tão rápido que é quase invisível. Ele colide contra um prédio no fim da avenida e desaparece dentro de uma janela quebrada. Uma flor vermelho-alaranjada explode menos de um segundo depois, destruindo todo o andar de um edifício já prestes a desmoronar. Ele se despedaça e despenca, as fundações milenares partindo como palitos de dente. A estrutura inteira pende e cai tão devagar que me faz duvidar do que estou vendo. Quando atinge a rua, bloqueando o caminho à nossa frente, sinto o tremor no fundo do peito. Uma nuvem de fumaça e poeira nos alcança, mas não me encolho. É preciso mais do que isso para me assustar agora.
Em meio à névoa cinza e marrom, Cal permanece de pé comigo, apesar de seus captores terem se abaixado. Nossos olhos se encontram por um momento, e os ombros dele caem. É o único sinal de derrota que ele me deixará ver.
Farley se agarra ao guarda mais próximo e se apoia nele para levantar.
— Se espalhem! — grita, apontando para os becos ao nosso redor. — Para o norte, para os túneis! — Ela aponta para seus tenentes enquanto fala, indicando para onde devem ir. — Shade, para o lado do parque!
Meu irmão assente; sabe o que ela quer dizer. Outro míssil desaba contra um prédio próximo e abafa a voz de Farley. Mas é fácil distinguir o que ela grita.
Corram.
Parte de mim quer se defender, resistir, lutar. Meus raios roxo-claros com certeza farão de mim um alvo e desviarão os jatos dos rebeldes fugitivos. Talvez eu leve até um ou dois aviões comigo. Mas isso não pode acontecer. Sou mais valiosa do que o resto, do que máscaras vermelhas e ataduras. Shade e eu temos que sobreviver — se não pela causa, ao menos pelos outros. Pela lista de centenas como nós — anomalias híbridas, bizarras, vermelho-prateados impossíveis de existir —, que sem dúvida vão morrer se falharmos.
Shade sabe disso tanto quanto eu. Ele agarra meu braço, apertando tanto que até machuca. Chega a ser quase fácil correr ao lado dele, me deixar guiar para longe daquela avenida larga, para o emaranhado de cinza e verde das árvores transbordando rua adentro. Quanto mais seguimos, mais densas elas se tornam, retorcidas e unidas como dedos deformados. Mil anos de abandono transformaram este pequeno lote numa selva mortal. Ela nos protege do céu, até ouvirmos apenas os jatos, circulando cada vez mais perto. Kilorn não fica para trás. Por um instante, finjo que estamos no nosso vilarejo, zanzando por Palafitas à procura de diversão e encrenca.
Parece que só encontramos encrenca.
Quando Shade afunda os calcanhares no chão e derrapa até parar, deixando marcas na terra, eu enfim tenho a chance de olhar ao redor. Kilorn para ao nosso lado, seu rifle apontado — em vão — para o céu, mas ninguém mais nos segue. Já não consigo sequer ver a rua ou os panos vermelhos fugindo entre as ruínas.
Meu irmão tenta enxergar por entre os ramos das árvores; observa e espera os jatos voarem para longe.
— Aonde estamos indo? — pergunto para ele, sem fôlego.
Kilorn responde em seu lugar.
— Para o rio — ele diz. — E então para o oceano. Você pode nos levar?
Kilorn olha para as mãos de Shade como se os poderes dele estivessem estampados na carne. Mas a força do meu irmão está enterrada, assim como a minha; é invisível até ele decidir revelá-la.
Shade nega com a cabeça.
— Não com um salto; é longe demais. Prefiro correr e poupar energia. — Seus olhos escurecem antes de ele continuar: — Até a gente precisar de verdade.
Concordo com a cabeça. Sei por experiência própria o que é fadiga de poder, sentir o cansaço nos ossos, mal conseguir andar, muito menos lutar.
— Para onde estão levando Cal?
Minha pergunta faz Kilorn estremecer.
— Que se dane. Não ligo.
— Pois deveria — rebato, apesar de a minha voz tremer de hesitação. Não, ele não deveria. Nem você. Se o príncipe for embora, que seja. — Ele pode nos ajudar a sair dessa. Pode lutar com a gente.
— Ele vai fugir ou nos matar assim que tiver a chance — Kilorn dispara, baixando o cachecol para mostrar sua careta de raiva.
Imagino o fogo de Cal queimando tudo no caminho, de metal a carne.
— Ele já poderia ter matado você — digo. Não é exagero, e Kilorn sabe disso.
— Por algum motivo pensei que vocês estariam maduros o suficiente para acabar com essa implicância — Shade diz, se colocando entre nós. — Que ingenuidade a minha.
Kilorn força um pedido de desculpas por entre os dentes, mas eu não. Meu foco está nos jatos, em deixar seus corações elétricos palpitarem contra o meu. Eles enfraquecem a cada segundo, distanciando-se mais e mais.
— Eles estão voando para longe de nós — aviso. — Se é para irmos, tem que ser agora.
Tanto meu irmão quanto Kilorn me lançam um olhar estranho, mas nenhum dos dois discute.
— Por aqui — Shade diz, apontando para as árvores. Uma trilha pequena, quase invisível, serpenteia por entre elas; a poeira foi varrida para revelar as pedras e o asfalto embaixo. De novo, Shade segura meu braço. Kilorn abre caminho rapidamente e o seguimos no mesmo ritmo.
Os galhos nos arranham, cada vez mais encurvados até ficar impossível correr lado a lado. Mas em vez de me soltar, Shade me segura mais forte. Então percebo que ele não está me apertando. É o ar, o mundo. Tudo junto ao mesmo tempo por um segundo sufocante e escuro. E, num piscar de olhos, estamos do outro lado das árvores, olhando para trás, vendo Kilorn emergir da mata cinzenta.
— Mas ele estava na frente… — solto em voz alta olhando de Shade para a trilha. Cruzamos para o meio da rua, com o céu e a fumaça pairando acima. — Você…
Shade abre um sorriso, o que parece inadequado diante do grito longínquo dos jatos.
— Digamos que… saltei. Se eu estiver te segurando, você pode vir junto — ele diz antes de nos apressar na direção do próximo beco.
Meu coração dispara ao perceber que acabei de ser teletransportada. Quase esqueço nossa situação complicada.
Os jatos logo refrescam minha memória. Outro míssil explode ao norte; um prédio vai ao chão e faz a terra tremer. O pó avança sobre o beco numa onda e nos tinge de mais uma camada de cinza. Estou tão acostumada com fumaça e fogo agora que mal sinto o cheiro, mesmo quando as cinzas começam a cair como neve. Deixamos nossas pegadas nelas. Talvez sejam nossas últimas marcas em vida.
Shade sabe para onde ir e como correr. Kilorn não tem dificuldade em nos acompanhar, apesar do peso do rifle. Retornamos à avenida. A leste, um feixe de luz do sol irrompe por entre o pó e a sujeira, trazendo consigo uma lufada salgada do ar da costa. A oeste, o primeiro prédio que desmoronou é um gigante caído que bloqueia qualquer retirada para o trem. Vidro quebrado, esqueletos de ferro das construções e placas estranhas de um branco desbotado erguem-se à nossa volta — um palácio em ruínas.
O que era isto? Me pergunto vagamente. Julian saberia. Dói só de pensar no nome dele, e faço um esforço para afastar a sensação.
Um punhado de mascarados vermelhos atravessa o ar repleto de cinzas. Procuro uma silhueta familiar, mas nenhum sinal de Cal, o que me causa um medo terrível.
— Não vou embora sem ele.
Shade não se dá ao trabalho de perguntar de quem estou falando. Já sabe.
— O príncipe vai vir com a gente. Dou a minha palavra.
— Não confio na sua palavra. — Minha resposta corta fundo.
Shade é um soldado. Sua vida foi tudo menos fácil, e ele não é estranho à dor. Ainda assim, minha declaração o magoa profundamente. Vejo no seu rosto.
Peço desculpas mais tarde, digo a mim mesma.
Se o mais tarde chegar.
Outro míssil é disparado do alto e detona algumas ruas à frente. O trovão distante de uma explosão não encobre o ruído mais áspero e assustador que se ergue ao nosso redor.
O ritmo de mil pés marchando.



Fonte: Editora Seguinte 

18 janeiro 2016

CineLivros: O Lado Feio do Amor (Ugly Love)

Olá leitores e telespectadores! Estou lendo o livro: O Lado Feio do Amor.Um livro que mistura, mistério e sensualidade. O  trailer, do filme  já mostra um pouco do podemos conferir, com riqueza de detalhes  no livro.O filme será lançado este ano. Inspirado, do best-seller. O filme ainda está sem data prevista para o lançamento




"Há apenas duas regras: Não pergunte sobre meu passado...E não espere um futuro" 

Sinopse do Livro: 

Quando Tate Collins se muda para o apartamento de seu irmão, Corbin, a fim de se dedicar ao mestrado em enfermagem, não imaginava conhecer o lado feio do amor. Um relacionamento onde companheirismo e cumplicidade não são prioridades. E o sexo parece ser o único objetivo. Mas Miles Archer, piloto de avião, vizinho e melhor amigo de Corbin, sabe ser persuasivo... apesar da armadura emocional que usa para esconder um passado de dor.O que Miles e Tate sentem não é amor à primeira vista, mas uma atração incontrolável. Em pouco tempo não conseguem mais resistir e se entregam ao desejo. O rapaz impõe duas regras: sem perguntas sobre o passado e sem esperanças para o futuro. Será um relacionamento casual. Eles têm a sintonia perfeita. Tate prometeu não se apaixonar. Mas vai descobrir que nenhuma regra é capaz de controlar o amor e o desejo.

Fonte: Sinopse Skoob 
Saiba mais sobre o filme através da Página: https://www.facebook.com/uglylovebr

A princesa, o cafajeste e o garoto da fazenda (Trecho de livros)

STAR WARS: UMA NOVA ESPERANÇA COMO VOCÊ NUNCA VIU 


INTRODUÇÃO E sta história começa como muitas outras: há muito, muito tempo, em um lugar muito além das estrelas brilhantes que você vê à noite no céu. Durante a Velha República, centenas de sistemas estelares conviviam em paz e prosperidade, protegidos por uma antiga ordem de guerreiros: os Jedi. Mas uma onda de escuridão tomou conta da galáxia de maneira implacável e aterrorizante, eliminando até os guerreiros mais poderosos. Agora, um Império do mal governa as estrelas, extinguindo lentamente os últimos vestígios de luz e de esperança. Apesar das circunstâncias adversas, um grupo de rebeldes ainda resiste. Depois de conquistar sua primeira vitória contra o Império, os rebeldes estão preocupados com os relatos sobre uma arma poderosa o bastante para destruir planetas inteiros — e eliminar qualquer esperança de liberdade que ainda exista.  Mas, como você bem sabe, os heróis surgem nos lugares mais improváveis, nos momentos mais inesperados. Esta é uma história sobre destino. Sobre estar no lugar errado na hora certa. Sobre coragem. E, sim, sobre uma força mais poderosa do que a imaginação. Mas é também a história de uma princesa, um cafajeste e um garoto da fazenda. Não, eles são muito mais que isso. Talvez eles o surpreendam. Talvez eles surpreendam a si próprios. Talvez eles sejam os heróis de que a galáxia precisava esse tempo todo.


Um 


Leia   não era a garota que eles imaginavam. Aquela garota poderia ter feito o plano dar certo. A tripulação da Tantive IV acreditava que a senadora Leia Organa seria capaz de tirá-los da enrascada em que os havia metido. Mas o plano dela tinha dado errado, muito errado. Não havia uma única saída, nenhuma maneira de salvá-los. Ela os decepcionara, e havia apenas uma esperança para garantir que a missão seguisse adiante. Leia nunca estivera nos corredores de acesso da nave. Eles foram projetados para que droides e técnicos se locomovessem sem atrapalhar a tripulação. O som da batida de seu coração era quase mais alto que o das botas enquanto corria, e Leia achava que não encontraria ninguém trabalhando ali. Os corredores sombrios de metal eram iluminados apenas por poucas luzes vermelhas, e em alguns trechos eram tão apertados que ela mal 19 conseguia passar sem rasgar o vestido. Que droga! Entre todas as cores existentes no universo, por que ela escolhera se vestir justo de branco? Ela se destacava na escuridão como o núcleo de um reator. Um alvo fácil. Será que estava realmente tão frio lá dentro ou era a mente dela pregando peças de novo? Uma explosão ensurdecedora cortou o silêncio, sacudindo as estruturas da nave. Leia foi atirada contra uma parede cheia de circuitos e tubos e perdeu o fôlego. Os sons estridentes de disparos de pistolas laser e de passos pesados trovejaram em seus ouvidos, abafando os gritos dos tripulantes que tentavam conter a invasão. Tinham sido pegos. E parecia que aquele combate violento estava acontecendo bem acima da cabeça de Leia. A garota correu ainda mais, até os pulmões queimarem. Isto tudo é culpa minha, ela pensou, as lágrimas ardendo nos olhos. Disse ao meu pai que era a MINHA missão. Só queria que ficasse orgulhoso. Leia só queria ajudar a Rebelião. Por que membros da tripulação tinham que morrer para salvar outras vidas? O pai de Leia não queria que ela aceitasse a missão. A garota viu isso estampado no rosto dele. — Não duvido das suas capacidades nem por um minuto. Assumindo todas essas responsabilidades… Você se tornou uma estrela brilhante, é notável. Mas isso é muito perigoso, Leia. Leia tinha se esforçado para controlar seu temperamento. 20 “Uma estrela”. Em outras palavras, uma coisa bonita. Algo para ser admirado à distância. A princesa de sorriso forçado em que suas tias tinham tentado transformá-la durante toda a vida. Alguém que ignoraria os apelos de uma rebelião desesperada por ajuda para conseguir informações. Ela amava as tias do fundo do coração, mesmo quando tinha vontade de jogar tudo para o alto durante as insuportáveis aulas de etiqueta e fugir para se juntar a um circo galáctico, só para não ter que ouvir outra lição sobre as diferenças entre uma colher de sopa e uma colher de sobremesa. Um dia Leia seria rainha de Alderaan como sua mãe tinha sido. Mas aquele dia estava muito longe, e havia coisas mais importantes a aprender para se tornar uma governante justa do que a maneira correta de acenar para seu povo. Suas tias foram contra a entrada de Leia no Senado Galáctico e enfrentaram tanto a garota quanto o pai dela. Preferiam vê-la em seus aposentos escovando o cabelo e sonhando com qual príncipe chato iria se casar em vez de vê-la em uma bancada do Senado tentando promover mudanças e reformas concretas. A imprensa foi ainda pior, alegando que ela era “uma princesa brincando de gente grande”, e não uma verdadeira diplomata e política. Viam a imagem que as tias tinham moldado para Leia, e não a pessoa que se tornara graças às instruções do pai. Não importava quantas vezes ela viajasse por toda a galáxia para ajudar quem estivesse sofrendo. Mesmo assim — mesmo assim  — a mídia se recusava a ir além do rótulo de “princesa”. Certa vez ela estava atravessando uma aldeia que as forças imperiais tinham reduzido a cinzas carregando um bebê wookiee órfão, e a primeira pergunta que os repórteres do Sistema Central fizeram foi: “Quem desenhou a roupa que está usando?”. E não “Por que estamos aqui?” ou “O que a galáxia pode fazer para ajudar?”. A única coisa em que Leia tinha sido bem-sucedida em seu tempo no Senado fora irritar o imperador, como uma queimadura solar que se recusava a desaparecer. Ela havia entrado na câmara pronta para lutar contra qualquer um que ficasse em seu caminho, mas o que tinha visto a surpreendera mais do que ter de bater de frente com um adversário: ninguém parecia se importar. Ou, pelo menos, ninguém queria testar a paciência do imperador. Ela não entendia como alguém podia ficar sem fazer nada no Senado sabendo dos crimes cometidos na Orla Exterior. Campos imperiais de interrogatório. A execução a sangue- -frio de supostos traidores. Cidades inteiras destruídas nas chamadas “purificações” de Darth Vader. Segundo ele, aparentemente todos os planetas precisavam ser “purificados” das ideias que se assemelhassem à democracia ou à esperança. Isso a deixava enojada. Ainda podia sentir o cheiro dos restos dos edifícios e das vidas carbonizadas. Podia ver as crianças recém-órfãs enfileiradas para serem… o quê? Vendidas como mão de obra para quem oferecesse o maior valor? Enviadas para as minas de especiarias de Kessel? Leia fora repreendida e silenciada todas as vezes que tentara exigir respostas no Senado. Ela queria gritar, dar um chacoalhão neles, forçar seus colegas a ver o que ela tinha visto. Mas eles se recusavam. Alguns lhe disseram para voltar para casa, aproveitar a vida do palácio. Leia percebeu que não importava o que dissesse ou o quão alto gritasse. Ninguém a estava escutando. Então, quando Leia ficou sabendo da Rebelião, não hesitou em participar — para ser reconhecida pelo que podia fazer, e não por quem era. Para realmente ajudar a galáxia. Aquela era sua chance de se mostrar digna e provar a si mesma. Pensou que seu pai, acima de tudo, fosse compreender isso. Roubar planos ultrassecretos do Império era um risco, mas ser desprezada como se fosse um brinquedo inútil a deixou mais determinada. A missão deveria ter sido simples. Tudo o que precisava fazer era interceptar uma transmissão sobre uma nova estação bélica do Império que estava sendo construída. Mas o sistema estava cheio de imperiais. Não tinham engolido a mentira de Leia sobre sua nave ter quebrado. A história lhe dera tempo suficiente para fazer o download dos planos técnicos da chamada “Estrela da Morte”. Apesar dos esforços rebeldes para despistar os imperiais no hiperespaço, o monstruoso Destróier Estelar conseguiu alcançá-los. E Leia soube que não haveria escapatória no momento em que a nave se identificou como Devastador. Era a nave de Darth Vader. Ela correu ainda mais, esquivando-se pelas sombras e jatos de vapor quente. A mão dela segurava firme o cartão de dados quando fez uma curva brusca. Então alguma coisa prateada chamou sua atenção. Um droide. Na verdade, um droide astromecânico. Graças às estrelas. Seu plano tinha uma chance de dar certo. O droide parecia uma unidade R2. O corpo cilíndrico e curto tinha uma cabeça em forma de cúpula coberta por painéis azul-escuros. Um único indicador alternava o brilho entre vermelho e azul enquanto o droide deslizava para longe. — Droide! — Leia chamou, escondendo-se em uma fenda escura. — Droide! Vem cá! A cabeça girou na direção dela e deixou escapar um bipe amigável e questionador. O droide se aproximou, deslizando em suas três pernas, e Leia se ajoelhou para ficar na mesma altura dele. Por mais que odiasse admitir — e realmente odiava —, Leia estava grata por suas tias terem passado anos treinando-a para falar em público, de modo que, como princesa ou rainha, pudesse fazer discursos sem se envergonhar. Tinha que elaborar uma boa mensagem na primeira tentativa. Simplesmente não havia 24 tempo para refazer. Leia fechou os olhos por um momento, respirando fundo do jeito que suas tias tinham ensinado. Quando falou, ficou orgulhosa de como as palavras foram claras e cuidadosas. — Comando de voz. Alternar para o modo de gravação holográfica. Confirme, R2. O droide emitiu um bipe em resposta. Era o bastante. Leia ficou em pé e se afastou. — Começar a gravar… agora. — Limpou a garganta, assumindo o tom aristocrático que as tias adoravam, aquele que tanto usara no Senado. — General Kenobi, anos atrás você serviu meu pai nas Guerras Clônicas. Agora ele lhe implora para ajudá-lo na luta contra o Império. Lamento não poder apresentar o pedido do meu pai pessoalmente, mas minha nave foi atacada e receio que minha missão de ir até Alderaan não possa ser cumprida. Admitir o fracasso fez com que as palavras tivessem um gosto amargo na boca. Embora ela e a tripulação da Tantive IV tivessem obtido as informações e chegado a Tatooine, ela não conseguiria completar a segunda parte da missão. Seu pai tinha pedido que ela procurasse um velho amigo, um tal de general Kenobi. Nas palavras do próprio pai: “Uma guerra precisa de guerreiros para lutar”. Kenobi era um famoso cavaleiro Jedi, e tinha partido para um exílio secreto no remoto planeta desér-  tico para evitar ser dizimado como o resto de sua ordem. Leia continuou, apressada: — Coloquei informações cruciais para a continuidade da Rebelião na memória desta unidade R2. Meu pai vai saber recuperá-las. Você precisa levar este droide em segurança para Alderaan. Este é um momento de grande desespero para nós. Ajude- -me, Obi-Wan Kenobi. Você é minha única esperança. Leia parou, desejando se sentir mais aliviada por ter concluí- do a mensagem. Mas aquele era apenas o começo da tentativa de salvar sua missão, e ela odiava colocar informações valiosas sob responsabilidade de um droide — que nem sequer tinha mãos! — Encerrar a gravação. Agora vem a parte difícil de verdade. Unidade R2, você vai entregar a mensagem e as informações que estou prestes a carregar apenas para Obi-Wan Kenobi. Ele está no planeta logo abaixo de nós, fora da civilização. Procure por ele, e só por ele. O droide balançou nas duas pernas de trás, apitando seu entendimento. — R2?! R2-D2! Onde você está? Leia virou para procurar a origem daquela voz. Apertou os olhos e mal pôde distinguir a forma humanoide de um droide dourado de protocolo. — R2! Foi só então que Leia reparou no silêncio. Os disparos e 26 gritos haviam parado, e uma parte dela tinha a terrível desconfiança de que era porque não havia sobrado ninguém na Tantive IV para lutar. A batalha da tripulação havia terminado. A dela estava apenas começando. Leia inseriu o cartão de dados rapidamente no droide. — Precisamos dar um jeito de tirar você desta nave… Deve ter sobrado pelo menos uma cápsula salva-vidas. Está entendendo? A unidade R2 assobiou outra afirmativa. Leia apoiou a mão na cabeça lisa e redonda da máquina e fechou os olhos. Por favor, faça com que isso funcione… — Boa sorte e boa viagem. A imagem do planeta abaixo da nave projetou-se em sua mente. As dunas de areia intermináveis de Tatooine tinham um belo brilho quente, como um nascer do sol infinito. Enquanto o droide se afastava, Leia se dava conta do quanto ele teria que se esforçar para atravessar a areia com suas engrenagens. Mas ele ia conseguir. Leia cerrou os punhos, afastando o medo. — R2, finalmente! — gritou o droide de protocolo. — Procurei você por toda parte! Leia puxou o capuz sobre a cabeça, sacando cuidadosamente uma pistola laser que tinha escondido. Existia uma saída para ela; tinha que existir. Leia, assim como seu pai, se recusava a desistir diante das dificuldades. Só precisava de tempo para pensar. E um lugar seguro para se esconder. À medida que os barulhos 27 dos droides desapareciam, novos sons ecoavam até ela. Estalos de armaduras. Passadas duras. Vozes baixas. Stormtroopers. Leia recuou ainda mais nas sombras, segurando firme a arma para não tremer. Ela era a única segurança do droide no momento. Ainda havia tempo para criar uma distração boa o suficiente para que ele conseguisse alcançar uma cápsula salva-vidas e se lançasse para o planeta. Mas, pelas estrelas, ela não conseguia acalmar o ritmo do seu coração. Sua respiração soava alta até para seus próprios ouvidos. Não seria sua primeira vez em um tiroteio — nem sequer seu primeiro tiroteio naquele mês —, mas havia muita coisa em jogo. Não podia deixar que todas as mortes do dia fossem em vão. Estava com medo. De que a missão fosse um fracasso. De que a Devastador explodisse a cápsula do droide em um trilhão de pedaços. De que nunca mais pudesse voltar a Alderaan. De que a Rebelião fosse reprimida. De que nunca mais visse seu pai ou sua mãe. Mas o medo era um sentimento inútil. Precisava lutar, e a única maneira que conhecia para vencer o medo era invocando a raiva. Tudo o que tinha que fazer era pensar no olhar doentio do imperador. A risada estridente dele que arrepiava a pele de Leia como dedos gelados. Leia tinha encontrado o sapo velho do mal pela primeira vez logo depois de ter sido eleita senadora de Alderaan. Seu pai 28 iria apresentá-la ao imperador em Coruscant com todas as autoridades recém-eleitas. Enquanto suas tias tinham passado os dias que antecederam a viagem debatendo o penteado e o vestido que ela deveria usar, Leia listava suas queixas, as mudanças pelas quais lutaria. Queria jogar tudo na cara do imperador. Era a mais jovem senadora eleita e pretendia chamar atenção: dar uma pré- via da longa guerra que travaria pelo bem da galáxia. Não importava se ganhasse alguns inimigos no caminho. Mas enquanto ela caminhava até o trono escuro, o velho levantou a cabeça, revelando a pele pálida e enrugada do rosto. Seus olhos pareciam brilhar, penetrando a mente dela. As palavras ficaram presas na garganta e suor frio escorreu em seu pescoço. Leia mal ouviu o pai dizer seu nome, mal sentiu a mão que ele colocou sobre suas costas para guiá-la. O treinamento de boas maneiras e protocolo das tias já era tão intrínseco a ela que fez uma reverência — uma reverência! — automaticamente, sem perceber. — Vai ser bom — grasnou o imperador, um sorriso retorcido em seus lábios sem cor — ter um rosto tão bonito no Senado. E só. Para ele, Leia não passava de um objeto decorativo, como as estátuas da câmara. E a garota não tinha sido capaz de pronunciar uma única palavra de protesto. Só de pensar nisso sentia vontade de vomitar. Pronto. Assim era melhor. Um fluxo quente de raiva tomou conta dela. Seu foco se aguçou e mirou os stormtroopers que entravam no corredor por uma porta perto de onde estava.
— Vasculhem cada passagem e compartimento — o líder ordenou. — Vocês dois: verifiquem atrás daqueles condutores de energia. Para seu absoluto azar, a tubulação ao lado de Leia lançou um silvo de vapor alto, fazendo um dos stormtroopers virar para trás. — Espere. Acho que vi alguma coisa. Maldito vestido branco, pensou Leia, apontando a arma para o stormtrooper. — Ela está ali! Ajustem as armas para paralisar! Leia não ia ajustar a arma dela para paralisar. Ela disparou, atingindo o stormtrooper. Ele soltou um grito e caiu no chão. — Cuidado! Ela está armada! Atirem! Os disparos chamariam ainda mais a atenção. Tinha que correr e encontrar um esconderijo melhor para distraí-los mais um pouco. Mas no momento em que Leia virou de costas, sentiu como se tivesse sido atacada por um Destróier Estelar. O raio paralisante a atingiu por trás. Ela perdeu o controle das pernas e caiu de cara na grade áspera sob seus pés. Mil faíscas de luz piscaram nos olhos de Leia, cegando-a momentaneamente. Mexa‑se!, ela ordenou a si mesma, ainda que se sentisse impotente. Você ainda não está derrotada! — Ela vai ficar bem — ouviu um stormtrooper dizer. — Informe lorde Vader que capturamos uma prisioneira.

Dois 


 A os poucos, enquanto a colocavam de pé, Leia voltou a sentir os braços e as pernas. Parecia que seu corpo era feito de areia. Seus primeiros passos mais pareciam tropeços, como se toda a galáxia girasse ao seu redor. Os stormtroopers a cercaram, algemando-a. Pensavam que poderiam levá-la como prisioneira? Justo ela? Leia sabia que os outros senadores não se importavam muito com ela, mas estava ciente de que o povo se preocupava. Qualquer rumor de maus-tratos iria incendiar a HoloNet. Será que o imperador estaria disposto a correr esse risco? Ela sinceramente esperava que não. — C-como se atrevem? — disse cheia de raiva, a boca ainda dormente pelo efeito do raio paralisante. Embora tivesse a sensa- ção de que sua cabeça estava embaixo d’água, Leia se contorceu, dando cotoveladas e chutando o joelho do stormtrooper mais próximo. Em represália, os soldados a empurravam para a frente quando se recusava a andar. Leia sabia que tinha sido pega, mas não seria uma prisioneira passiva. O corredor principal da nave era ofuscante comparado às escuras passagens interiores. Fumaça da batalha preenchia o ar. Toda vez que Leia inspirava, seus pulmões queimavam com o forte odor de ozônio deixado pelos disparos das pistolas laser. E havia corpos por toda parte. Tinham sido deixados onde caíram. Os ferimentos e as expressões sem vida reviravam o estômago de Leia. Não queria ver aquilo. Aquelas pessoas eram o seu povo, e ela as levara para a morte. Não havia nenhuma maneira de consertar aquilo, nenhuma forma de melhorar a situação. Leia se forçou a olhar para lembrar. Precisava contar às famílias daquelas pessoas, precisava… A culpa é minha, ela pensou, é minha culpa. Leia, a senadora, ou até mesmo Leia, a princesa, poderia justificar as mortes como um sacrifício necessário. Mas lá no fundo, a garota se esforçava para não gritar. Darth Vader estava de pé no final do corredor. A altura imponente e os ombros largos quase escondiam o buraco da explosão que os soldados causaram para entrar na Tantive IV. Havia muitos stormtroopers ao redor dele, as armaduras estalando como exoesqueletos de insetos. Darth Vader era o braço direito do imperador, então havia um nítido contraste entre ele e os  demais soldados. A armadura, a capa esvoaçante e o capacete eram tão escuros quanto as marcas de queimado nas paredes. A seus pés estava o corpo retorcido do capitão Antilles. Leia podia ouvir o chiado da respiração de Vader enquanto os storm‑ troopers a empurravam para a frente, mas não conseguiu detectar qualquer sinal de vida do capitão. Até ele? Leia tinha certeza —  ou pelo menos esperava — que manteriam o capitão vivo para interrogatório. Ela havia contado com o apoio constante do capitão. O peito dela ficou apertado com o choque e a dor. Seus pensamentos se apagaram por um instante, tomados pela angústia e pela raiva. O capitão Antilles tinha sido um líder extraordinário, rom‑ pido inúmeros bloqueios imperiais para obter suprimentos para a Rebelião. E a tripulação era tão jovem… Tantas vidas desper‑ diçadas em minutos. Leia não podia suportar aquilo. A guerra vai continuar sem mim, o capitão Antilles dissera. Mas não sem você. Naquele momento, porém, tudo parecia impossível. Sinto muito, ela pensou. Sinto muito mesmo. A cidadã Leia sentia‑se perdida, mas parte dela se recompôs ao encarar Darth Vader. A senadora Leia Organa já havia lidado com ele antes. Podia enfrentá‑lo novamente. Podia usar a tris‑ teza para se fortalecer na presença dele. Leia endireitou‑se, jogou os ombros para trás e escondeu o medo. Mas nunca era fácil ficar cara a cara com um pesadelo. Es‑  pecialmente quando era muito maior do que ela. Vader se incli‑ nou em direção a Leia e sua respiração quente e úmida se espalhou sobre o rosto dela. — Darth Vader. Eu devia ter imaginado. — Leia derramou em sua voz cada gota do ódio que sentia. — Só você poderia ser tão ousado. O senado imperial não vai se omitir em relação a isto. Quando souberem que atacou uma nave diplom… — Não brinque comigo, alteza. Desta vez, você não estava em uma missão de caridade qualquer. Passou diretamente por um sistema restrito! — Leia às vezes achava que ele tinha progra‑ mado a voz para soar tão profunda e estrondosa, como uma tem‑ pestade. Nenhum homem normal poderia falar de um jeito tão aterrorizante. Ele continuou: — Várias transmissões foram envia‑ das para esta nave por espiões rebeldes. Quero saber o que acon‑ teceu com os planos que mandaram. Leia tentou ignorar seu coração, que parecia galopar no pei‑ to. Àquela altura, o pequeno droide já devia estar longe, rumo a Tatooine, fora do alcance de Vader. Ela havia conseguido enganá‑ ‑lo, talvez pela primeira vez na história. Saber disso a ajudava a manter a calma. — Não sei do que você está falando — disse a princesa. — Sou uma integrante do senado imperial em uma missão diplomática. —  Você faz parte da Aliança Rebelde. É uma traidora! —  ele gritou. Virou para um stormtrooper que estava perto. — Leve‑a daqui! Seguindo a ordem, os stormtroopers a empurraram pelo bu‑ raco da explosão. Leia aguçou os ouvidos, tentando escutar o que um oficial imperial relatava a Vader. Conseguiu ouvir apenas al‑ gumas palavras: “devemos ter cuidado”, “o povo a adora”, “rebel‑ des”, “princesa”, “planos”. Droga! Vader sabia exatamente quais informações tinham conseguido. Mais do que nunca, a Rebelião e todos os seus membros — incluindo o pai de Leia — estavam em perigo. Sa‑ ber que a nave, a tripulação e ela mesma tinham caído na arma‑ dilha do Império por sua culpa causava a Leia uma imensa dor. Ao deixar sua nave pela última vez, só podia contar com a chan‑ ce de o pequeno droide salvar a todos.
 TRÊS

 U m dos muitos perigos de ter nascido na realeza — além de morrer de tédio durante as aulas das tias — era a constante ameaça de sequestro. Como sua mãe era a rainha de Alderaan e seu pai o consorte, dizer que eram ricos e poderosos era um grande eufemismo. Quando os cretinos mais desonestos e gananciosos saíam rastejando dos cantos mais escuros da galáxia à procura de vítimas, Leia era um alvo perfeito. Embora achassem terrivelmente impróprio para uma dama derrubar homens grandes e suados em ringues de luta-livre, suas tias concordaram com os pais de Leia que a autodefesa precisava se tornar parte do exaustivo treinamento de princesa assim que ela completasse dezesseis anos. Leia adorava a empolgação de se sentir fisicamente forte. Era a mesma sensação de frio na barriga que sentia cada vez que fazia algo útil para a Rebelião. Além disso, as aulas de autodefesa trou-  xeram consequências inusitadas. Por exemplo, poder esmurrar um manequim durante o treinamento tornava mais fácil para ela, no final da tarde, aprender dez maneiras diferentes de fazer uma reverência sem perder o controle e chutar a canela das tias. E um único conselho de seu instrutor tinha salvado sua vida muitas e muitas vezes: “Preste atenção”. Naquele momento, Leia manteve o foco e a mente clara, os olhos abertos examinando cuidadosamente o Destróier Estelar e cada soldado imperial ao seu redor. Haviam trazido a Tantive IV para um hangar que, claro, estava quase totalmente vazio. Leia ainda era integrante do senado, e Vader faria tudo ao seu alcance para abafar o incidente. Se ela tivesse que dar um palpite, ele seria capaz de destruir a nave dela e botar a culpa da “infeliz morte” em algum problema mecânico. Seu estômago se retorceu. Não, não a haviam matado na hora, mas Leia estava certa de que isso não tinha nada a ver com o fato de ser uma senadora ou uma princesa, e sim com as respostas que Vader esperava arrancar dela. O que aconteceria depois que ele percebesse que ela não contaria nada sobre a Rebelião? Leia preferia se jogar no vácuo congelante do espaço a trair seu pai e seus colegas rebeldes. Ela tinha que sair dali; a verdade tinha que sair dali. Se conseguisse chegar até Tatooine e encontrar o droide e o general Kenobi, ainda poderia salvar a missão. Ou pelo menos dizer a seu  pai que ainda estava viva. Leia estava sendo consumida pela necessidade de provar que não tinha falhado completamente com ele ou com a Rebelião. Nunca iria se deixar afundar no desamparo em que o senado tentara afogá-la. Ainda havia muito a fazer. O interior do Destróier Estelar combinava com o governo do imperador: frio e eficiente. Projetado com elegância, tudo era branco ou preto. Não havia cinza no mundo do imperador. Havia ele e os outros, a sua maneira de fazer as coisas e nenhuma outra. Leia foi arrastada para o estreito tubo prateado de um elevador que a lançou, junto com seus acompanhantes, até uma passarela a uma velocidade vertiginosa. Tentou se esquivar dos ombros largos e das armaduras brilhantes dos stormtroopers para ver o que existia abaixo. Parecia uma série de hangares. Cada uma das enormes câmaras tinha tetos absurdamente altos e portas de metal enormes para poder abrigar outras naves. Daria pra colocar toda a população de alguns planetas aqui, pensou Leia, chocada com o tamanho do lugar. Viu faíscas saltando enquanto engenheiros trabalhavam no conserto de naves; droides transportando peças de máquinas pesadas que nenhum homem conseguiria levantar; e fileiras de tropas em ordem. Comparado com os outros, o hangar que havia recebido a Tantive IV era menor, mas estava cheio de stormtroopers e oficiais imperiais. Mas foi o terceiro hangar pelo qual passaram que chamou a atenção de Leia. Havia dois transportadores atra-  cados, e apenas uma equipe empurrando carrinhos de suprimentos em direção a eles. Alguém está se preparando para uma viagem, ela pensou. Sua mente trabalhou na velocidade da luz e ela viu seu plano de fuga se desdobrar como se o próprio imperador tivesse desenrolado um tapete vermelho para ela. Sim! Sentiu uma pequena sensação de vitória. Podia trabalhar com aquela possibilidade. Seu espírito se iluminou pela primeira vez em horas, e sentiu a pressão sobre seu peito diminuir. Os transportadores seriam abastecidos. E equipados com armas. Poderia abrir caminho a tiros, e no momento em que percebessem o que estava acontecendo, já estaria atravessando a atmosfera de Tatooine. Tomem isso!, queria gritar para os outros senadores. Estava prestes a provar exatamente do que era capaz se a deixassem ao menos tentar. Sua adesão à Rebelião ainda era muito recente. Precisava da missão para mostrar sua dedicação e até onde iria por eles se lhe dessem apoio para chegar lá. Uma fuga debaixo do nariz de Vader iria solidificar ainda mais o vínculo dela com a causa. Ninguém seria capaz de negar que ela era uma combatente e merecia ser ouvida — nem a imprensa, nem as tias, nem mesmo seu pai. Se a nave em que eu estiver não for abatida antes, pensou. Não, ela conseguiria. Teve anos de treinamento de voo. E, bem, havia todas aquelas dunas para se esconder. Queria ver se Vader ia gostar de ter areia em sua armadura. 39 Leia encontrou sua oportunidade quando dois de seus acompanhantes se separaram e se dirigiram para uma sala de comando próxima, possivelmente para começar o processamento para levá-la ao bloco de detenção. Leia permitiu que os outros a levassem para outro elevador. As portas mal tinham fechado quando ela, mesmo com as mãos atadas, conseguiu bater com força no painel de controle, parando o elevador. Os stormtroopers perderam o equilíbrio, dando-lhe a chance de roubar uma de suas armas laser e atirar. — Pare! Tarde demais para isso, idiota, pensou Leia, encarando os rostos atordoados. Nenhum dos dois tinha a chave das algemas. Ela estendeu a mão para puxar um grampo de seu cabelo e tentou abrir a fechadura eletrônica. Como se as algemas fossem um grande obstáculo… Leia poderia fugir dali mesmo cega, surda, e com braços e pernas amarrados atrás das costas. Assim que a porta do elevador abriu, Leia saiu e examinou o salão vazio. Virou e disparou um tiro no painel de controle do elevador. As portas rangeram em protesto, fechando e abrindo no pé de um dos stormtroopers. Leia soprou uma mecha de cabelo do rosto aborrecida enquanto chutava o pé do soldado para dentro do elevador. A porta fechou. Leia ficou encostada na parede do corredor, a alguns passos da entrada do hangar. O ar na nave era seco e muito frio, mas 40 Leia suava sem parar. Com o coração acelerado, observou os engenheiros atravessarem a porta do hangar, conversando em voz baixa. Viraram na direção oposta, afastando-se dela. Leia ainda estava segurando a arma roubada quando entrou no hangar e correu até o transportador. A rampa de embarque estava abaixada. Sua mente avaliou os perigos rapidamente, como se encarasse as cartas de um baralho sabacc. Se não houvesse ninguém a bordo, poderia simplesmente partir. Se alguém estivesse a bordo, precisaria paralisá-lo, mas poderia usá-lo como refém. Pelas estrelas! Suas tias teriam um ataque do coração se ouvissem aquela ideia, tão imprópria para uma princesa. Duas ou três pessoas lá dentro representariam um desafio maior. O pensamento e seus passos pararam ao mesmo tempo. No topo da rampa de embarque, com as mãos nos quadris, estava Darth Vader, tão firme e imponente como as montanhas de Alderaan.

Fonte: Editora Seguinte

Sobre o livro 

08 janeiro 2016

Frases: Dez Leis para Ser Feliz

Olá queridos Leitores! Sempre que começa um novo ano. O que mais desejamos, para nos e para os outros são:  Amor, dinheiro, saúde , paz... Podemos resumir tudo em uma única palavra "Felicidade". É claro que tudo isso, nos é necessário . Mas tanto você,  quanto eu. Já vimos pelo menos uma pessoa, na vida que tem tudo, só não é feliz, ou  o inverso uma pessoa que tem muito pouco e esbanja, felicidade por onde passa. A diferença entre essas pessoas não esta no exterior. Mas no interior. O que somos por dentro  é o que faz a diferença. De como vivemos e como enxergamos a vida.  Mas saber viver de forma sábia é uma  lição para ser aprimorada durante  toda vida. 
Estamos sempre em construção. O livro : "Dez Leis para Ser Feliz" de Augusto Cury. Nos ajudará   muito, da elaboração da nossa reforma, interior.  Em busca de uma vida feliz e cheia de significados. Boa Leitura! 





A vida humana é o maior mistério da existência. Só não se encanta com ela quem nunca a
explorou. Todavia, se compararmos a personalidade humana com uma grande casa, a maioria
não conhece nem mesmo a sala de visitas do seu próprio ser. Até onde você se conhece?



Apesar da grandeza da vida, o ser humano não cuida carinhosamente dela. Alguns só procuram
mudar seu estilo de vida quando sofrem um enfarto. Outros só pensam em equipar sua
inteligência quando já estão profissionalmente superados.
Muitos adultos só detectam que são infelizes e ansiosos quando perdem as pessoas que mais
amam. E a situação dos jovens? É pior. Geralmente, eles só reconhecem que são frustrados
quando olham para trás e vêem seus mais belos sonhos destruídos.





Dos miseráveis aos abastados, dos incultos aos intelectuais, todos querem se felizes. Mas para
muitos ser feliz é uma miragem no deserto. Muito se fala, mas pouco se conhece sobre o que é a
felicidade e quais são as ferramentas necessárias para ser feliz.





Ser feliz não é ter uma vida isenta de perdas e frustrações. É ser alegre, mesmo se vier a chorar.
É viver intensamente, mesmo no leito de um hospital. É nunca deixar de sonhar, mesmo se tiver
pesadelos. É dialogar consigo mesmo, ainda que a solidão o cerque.
É ser sempre jovem, mesmo se os cabelos embranquecerem. É contar histórias para os filhos,
mesmo se o tempo for escasso. É amar os pais, mesmo se eles não o compreenderem. É
agradecer muito, mesmo se as coisas derem errado. É transformar os erros em lições de vida.
Ser feliz é sentir o sabor da água, a brisa no rosto, o cheiro da terra molhada. É extrair das
pequenas coisas grandes emoções. É encontrar todos os dias motivos para sorrir, mesmo se não
existirem grandes fatos. É rir de suas próprias tolices.





O dinheiro pode nos dar conforto e segurança, mas ele não compra uma vida feliz. O dinheiro
compra a cama, mas não o descanso. Compra bajuladores, mas não amigos. Compra presentes
para uma mulher, mas não o seu amor. Compra o bilhete da festa, mas não a alegria. Paga a
mensalidade da escola, mas não produz a arte de pensar.
Você precisa conquistar aquilo que o dinheiro não compra. Caso contrário, será um miserável,
ainda que seja um milionário.




A fama pode se tornar uma armadilha para uma vida feliz, pois evapora a simplicidade, esmaga
a sensibilidade, invade a privacidade. Há muitos famosos tristes e deprimidos. Lute pelo sucesso e
não pela fama. Se a fama vier, dê pouca importância a ela.






O homem sempre amou o poder, mas poder não produz uma vida feliz. Uma pessoa pode dirigir
uma nação ou uma grande empresa com habilidade, mas pode não ter nenhuma competência
para governar sua emoção.
Hitler queria dominar o mundo porque nunca dominou seu próprio mundo. Mesmo quem
conquista o poder político pela via democrática pode ser um péssimo líder de si mesmo. O seu
maior desafio na vida não é liderar a Terra, mas seu próprio ser.




Trabalhar com alegria, dedicação e criatividade é um bálsamo para a vida. Mas devemos
trabalhar para viver e não viver para trabalhar. Algumas pessoas são workaholic, viciadas em
trabalhar. Sonham, almoçam e respiram trabalho.




Quem é exigente com a qualidade dos produtos, mas não com a sua qualidade de vida, trai a sua
própria felicidade...



Não há milagre para transformar a personalidade, mas treino. Cada lei só será útil se sair das
páginas impressas deste livro e for inscrita nas páginas do seu coração. Leia e releia-as.



É nas coisas simples e anônimas que se encontram os maiores tesouros da emoção...




Contemplar o belo é fazer das pequenas coisas um espetáculo aos nossos olhos. É dialogar com os
amigos, elogiar as pessoas, amar os desafios da vida. É admirar as crianças, ouvir as histórias dos
idosos.
É descobrir as coisas lindas e ocultas que nos rodeiam. É admirar as nuvens, o canto dos pássaros,
o baile das olhas sob a orquestra do vento. É perceber além das imagens e das palavras.



O mestre da emoção, Jesus Cristo, parava a multidão que o seguia para fazer dos lírios um show
aos seus olhos. Foi feliz na terra de infelizes, pois vivia a arte da contemplação do belo.




Se você contemplar o belo, você será uma pessoa bem-humorada. As pessoas terão prazer de
ficar ao seu lado. Mas, se não contemplar, viverá debaixo da ditadura do mau humor e do
negativismo. Nem você mesmo se suportará.



Muitos jovens são emocionalmente velhos. Eles reclamam do corpo, da roupa, da comida, de
levantar pela manhã, de estudar, de que não há nada para fazer. São infelizes porque não sabem
agradecer nem fazer muito do pouco. Abra os olhos!



...As mulheres também se afligem diante das revistas que destacam o corpo e não a inteligência
feminina. Ao invés de se sentirem belas, elas comparam seu corpo com o das modelos e se
martirizam. Cuidado! Tudo o que você reclama se torna um veneno para sua auto-estima.




Contemplar o belo é colocar combustível na felicidade. Cuide de plantas, escreva poesias. Role
no tapete com as crianças. Valorize as coisas que são aparentemente insignificantes. Escreva
cartas para os amigos. Descubra os filhos. Explore o mundo dos seus pais. Fique dez minutos por
dia em silêncio contemplativo. Falar da felicidade sem contemplar o belo é cair no vazio.




Nem todo sono é reparador. Levar os problemas do trabalho para a sua cama é trair
a sua paz. E se você levar seus inimigos para debaixo do lençol é pior ainda. Fica mais barato
perdoá-los, mesmo que eles não mereçam. Faça isso por você.



Quem não faz coisas fora de sua agenda dificilmente aprecia a arte do diálogo. Por quê? Porque
o diálogo é mágico, cruza nossos mundos, abala nossa falsa segurança, destrói nossa rigidez e nos
faz chorar, sorrir, ver os
nossos defeitos.



O maior carrasco do homem é ele mesmo, e o mais injusto dos homens é aquele que não
reconhece isso...




Se você fugir das suas dores emocionais, elas se tornarão um leão agressivo. Se enfrentá-las, elas
se transformarão num animal de estimação. Critique, no silêncio da sua mente, cada sofrimento.
Não faça da sua emoção uma lata de lixo dos seus problemas. Proteja-se. Pense antes de reagir
diante das ofensas.




Quando somos abandonados pelo mundo, a solidão é superável; quando somos abandonados por
nós mesmos, a solidão é quase incurável...




Todos querem o perfume das flores, mas poucos sujam as mãos para cultivá-las...




Ser feliz não é um acaso do destino, mas uma conquista existencial.




Basta sentir que precisa de alguém que você sofrerá frustrações. Basta amar e ter amigos que as
incompreensões virão. Mas isso não depõe contra a vida, faz dela uma poesia. Para muitos a dor
é um problema, para os sábios é a sua escola.



Devemos ter consciência de que há perdas e frustrações inevitáveis. Aliás, as maiores decepções
são geradas pelas pessoas que mais amamos. Por isso, se você quiser uma família perfeita,
amigos que não o frustrem e colegas de trabalho super agradáveis, é melhor você morar na Lua.
Se por estar frustrado consigo mesmo e com as pessoas, você se isolar socialmente, sua solidão
será insuportável. Traga sempre á memória que os fortes são tolerantes; os fracos, rígidos. Os
fortes compreendem; os fracos julgam.




Uma pessoa inteligente aprende com os seus erros, mas uma pessoa sábia aprende com os erros
dos outros...


Anime-se! Tenha metas. Faça o que ninguém fez. Sonhe muito, sonhe alto, mas tenha seus pés na
terra. Valorize seus estudos. Ame a sua escola. Crie oportunidades. Ao criá-las não tenha medo
de falhar. Se falhar, não tenha medo de chorar. Se chorar, repense a vida, mas não recue.



Os maiores enganos do universo se escondem dentro de cada ser humano...



No cerne da alma e no espírito humano há um buraco negro, um vazio existencial, que suga
nossa paz diante das dores da vida e da morte. O fim da existência é o fenômeno mais
angustiante do homem. Todos os povos desenvolveram um tipo de inteligência espiritual para
entendê-lo e superá-lo.



No passado, eu pensava que procurar Deus era uma perda de tempo. Hoje penso completamente
diferente. Percebo que há um conflito existencial dentro de cada ser humano, seja ele um
religioso ou um ateu cético, que a psiquiatria e a psicologia não podem resolver.




Embora haja radicalismos e intolerância religiosa que depõem contra a inteligência, procurar por
Deus, conhecê-lo e amá-lo é um ato inteligentíssimo. O amor do ser humano pelo Autor da sua
vida produz força na fragilidade, consolo nas tempestades, segurança no caos.




Por Bia Oliveira






Sobre o Autor : 


05 janeiro 2016

Resenha: Uma carta de Amor

Uma Carta de Amor..
ISBN-13: 9788580412475
ISBN-10: 8580412471
Ano: 2014 / Páginas: 277
Idioma: português 
Editora: Arqueiro

Há três anos, a colunista Theresa Osborne se divorciou do marido após ter sido traída por ele. Desde então, não acredita no amor e não se envolveu seriamente com ninguém. Convencida pela chefe de que precisa de um tempo para si, resolve passar férias em Cape Cod. Durante a semana de folga, depois de terminar sua corrida matinal na praia, Theresa encontra uma garrafa arrolhada com uma folha de papel enrolada dentro. Ao abri-la, descobre uma mensagem que começa assim: “Minha adorada
Catherine, sinto a sua falta, querida, como sempre, mas hoje está sendo
especialmente difícil porque o oceano tem cantado para mim, e a canção é a da nossa vida juntos.”


Comovida pelo texto apaixonado, Theresa decide encontrar seu misterioso autor, que assina apenas “Garrett”. Após uma incansável busca, durante a qual descobre novas cartas que mexem cada vez mais com seus sentimentos, Theresa vai procurá-lo em uma cidade litorânea da Carolina do Norte. Quando o conhece, ela descobre que há três anos Garrett chora por seu amor perdido, mas também percebe que ele pode estar pronto para se entregar a uma nova história. E, para sua própria surpresa, ela também.

Unidos pelo acaso, Theresa e Garrett estão prestes a viver uma história comovente que reflete nossa profunda esperança de encontrar alguém e sermos felizes para sempre.

Sinopse: Skoob 



Olá queridos leitores! Para começas bem nosso ano de 2016. Vou falar sobre uma linda história de amor. Quando se trata de romance, sei que existem muitos escritores, que escrevem com maestria sobre o amor. Entre tantos um dos mais queridos dos leitores, tem um destaque especial. Nicholas Sparkes. Primeiro, porque o cara é bom mesmo no que faz. Segundo. A incrível, cotidade, de adaptações de seus livros para o cinema.


Uma carta de amor. Traz uma linda e antiga maneira de comunicação. As cartas engarrafadas, e jogadas ao mar. Tudo começa quando a colunista Theresa, esta caminhando, na beira da praia e encontra uma garrafa, ela,ao abrir ler o que esta escrito no papel de carta.E fica muito impressionada. Se trata de uma carta de amor.  O conteúdo é triste, o homem escreve sobre a saudade  que sente da amada. Catherine. O final da carta está assinado por:  Garrett.

Qualquer pessoa que encontrasse uma carta assim, iria ficar intrigada. Quantas perguntas surgem diante de uma carta assim: Será que ela abandonou ele? Será que se trata de um amor impossível?... A imaginação vai longe quando se trata de uma história de amor.


Theresa além de ficar impactada, com o teor da carta, como qualquer outra pessoa. Se sente envolvida emocionalmente, como jornalista,e  quer saber mais... como mulher fica muito emotiva   diante de um amor tão forte. Theresa é divorciada, tem 36 anos mãe de  Kevin. Depois do divorcio nunca encontrou alguém que realmente, quisesse algo sério, a carta a deixou um pouco mais carente do que normalmente ela se sentia.  Após mostrar a carta para amiga Danna... que também chora ao ler A amiga pergunta a Theresa que destino ela, vai dar a carta. Como Theresa, não tem ideia do que fazer, a amiga incentiva a publica-lá, na coluna semanal que Theresa, escreve. Ela reluta um pouco, e enfim pública a carta, na coluna.



A coluna se tornar um sucesso, cartas de varias partes do país chegar a redação do jornal. Sua coluna foi publicada por quase todas as edições dominicais do país. Na redação do jornal Theresa, recebe uma ligação.Uma mulher. Diz que têm mais uma carta provavelmente da mesma, pessoa. Quando o artigo foi publicado, foi preservado a identidade dos personagem da carta. A mulher confirmou por telefone o nome para quem a carta estava sendo enviada, e   quem a enviou. Mais uma outra carta depois apareceu, e ai não teve como conter a curiosidade, quem era o misterioso e apaixonado Garrett?


Theresa, após uma investigação foi até onde poderia encontrar. Garrett. Como uma boa jornalista, tentou traçar um roteiro, de como seria, caso encontrasse, Garrett, quantos anos será que tinha? jovem ou velho? O que ela iria falar para ele?  Tudo isso foi desvendado quando Theresa encontra Garrett, nas docas, cuidando do veleiro. Theresa fica impressionada, pois nas docas ele era o único barco de madeira que havia. Após admirar o barco, por alguns instantes ela é surpreendida, pelo rapaz, jovem e atraente que estava na rampa do barco. Após Garrett, descer do barco eles tiveram uma conversar trivial, sobre o barco, sobre velejar. Na verdade tudo que Teresa tinha imaginado fazer, quando encontrasse, Garratt. Foi por água abaixo, naturalmente sua curiosidade, sobre o barco, sobre velejar era natural. Sobre isso os dois ficaram conversando, algum tempo. Até que Garrett, convida Theresa, para velejar com ele. Nem ele sabe ao certo porque fez o tal convite, fazia muitos anos que vivia solitário. E nem de longe planejava se envolver com alguém. Mas algo atraiu ambos. E logo uma amizade, naturalmente surgiu, entre eles. Logo em poucos dias descobriram que já não conseguiriam  viverem distantes um do outro.



Um romance envolvente, misterioso e intenso. Assim é Uma Carta de Amor. Uma das características, da história que gostei muito é que têm poucos personagens. Sabe aquelas páginas que sobram do livro, que da vontade de pular e ir logo, pra onde nos interessa?  Nesse livro não sobram nem páginas nem personagens. Tudo é sucinto. Cada personagem da trama têm sua importância, suas vidas são ligadas paralelamente, aos personagens, principais. De leitura rápida, com  conflitos interiores, e de emoções a flor da pele. Que nos leva a conclusão que o coração, por mais ferido que tenha sido, pode e dever se dá mais uma, duas,  três... chances para um novo amor.  Amor, paixão e superação. Tudo isso faz com que Uma Carta de Amor seja mais uma obra prima de Nicholas Sparkes. Que se você já é fã vale apena adicionar-lo a sua coleção. Se você ainda não é fã, poderá, começar a ser a partir deste livro.


Espero que tenham gostado até a próxima postagem.


Por Bia Oliveira