"...vestira a aniversariante logo depois do almoço.
Pusera-lhe desde então a presilha em torno do pescoço e o broche, borrifara-lhe um
pouco de água-de- colônia para disfarçar aquele seu cheiro de guardado – sentara-a
à mesa. E desde as duas horas a aniversariante estava sentada à cabeceira da longa
mesa vazia, tesa na sala silenciosa".
Feliz Aniversário.
Neste conto, vamos conhecer D. Anita, uma senhora de 89 anos, que vive no ambiente familiar, a indiferença, que muitos idosos, sentem por estarem longe de suas famílias.
"...a aniversariante estava sentada à cabeceira da longa
mesa vazia, tesa na sala silenciosa".
A indiferença, por parte dos parentes de dona Anita. Durante todo ano. Faz ela retribuir a indiferença, no dia em que seus filhos, noras e netos,se reúnem para celebrar o dia da matriarca, da família. ( por obrigação). Ela sendo a pessoa mais importante da festa se recusa a fazer parte, do tearo, de hipocrisia, que está por traz do seu aniversário. Quando o filho chega a festa, de forma imponente, querendo mostrar, para todos, o que não era. Falou de forma contemplativa, e cheio de admiração. oitenta e nove anos! oitenta e nove anos! Mas de nada adiantava, tanta enfase. naquela frase. A octogenária, parecia está surda.
E assim os convidados, continuaram a festa, para eles mesmos. O que de fato era. Uma festa para que cada parente, se sentisse aliviado, da culpa de não serem a família que dona Anita merecia ter. Durante a festa, o sócio de José, Manoel ambos filhos da aniversariante. tenta puxar assuntos sobre negócios e o filho José com falso ar de severidade diz: Hoje não se fala de negócios. - nada de negócios hoje é o dia da mãe! A hipocrisia, continua a rolar e a aniversariante continua sentada a mesa, imóvel, e indiferente. Enquanto todos festejavam ela silenciosamente, reflete:
De volta a realidade, a aniversariante e mãe, reage a tudo o que está acontecendo á sua volta, cuspindo do chão, xingando, os parentes e pedindo um copo de vinho. Sua ação assusta, todos ficam quietos, uns voltava a atenção para si mesmo. Como diz o ditado: "Para bom entendedor meia palavra basta" Logo depois os parentes, uma a um vão indo embora se despedindo da aniversariante com um beijo, Dona Anita volta a ser a aniversariante e mãe indiferente,
''A aniversariante recebeu um beijo cauteloso de cada um como se sua pele tão
infamiliar fosse uma armadilha".
A mesa pode ser interpretada como uma metáfora da vida de dona Anita. Durante a festa fica claro, a indiferença, dos filhos, netos e noras. Para com a aniversariante. Noras, totalmente, desconfortáveis, do ambiante. Netos indiferentes. Ah! e os presentes, os poucos que levaram, não trouxeram, nada de útil, que a dona da casa ( a única filha de dona Anita) pudesse, aproveitar para ela ou para os filhos. Nada que a própria aniversariante pudesse aproveitar.
"Os músculos do rosto da aniversariante não a interpretavam mais, de modo que
ninguém podia saber se ela estava alegre. Estava era posta à cabeceira. Tratava-se
de uma velha grande, magra, imponente e morena. Parecia oca".
Ninguém é completo se falta na vida, afeto, carinho, amor e uma convivência, familiar verdadeira. Sem isso a vida se torna oca, sem sentido. Assim também é a realidade, de muitos idosos. Sempre nos comovemos, quando vemos pela tv idosos, abandonados, no asilo, ou em casa de repouso. Nesta conto Clarice, nos mostra. Que nem sempre, são amados, os idosos, que vivem com os filhos. No conto, não se relata, maus-tratos ou coisas do tipo. Apenas a indiferença. Uma especie, de agressão, onde as marcas se escondem na alma.
A indiferença, por parte dos parentes de dona Anita. Durante todo ano. Faz ela retribuir a indiferença, no dia em que seus filhos, noras e netos,se reúnem para celebrar o dia da matriarca, da família. ( por obrigação). Ela sendo a pessoa mais importante da festa se recusa a fazer parte, do tearo, de hipocrisia, que está por traz do seu aniversário. Quando o filho chega a festa, de forma imponente, querendo mostrar, para todos, o que não era. Falou de forma contemplativa, e cheio de admiração. oitenta e nove anos! oitenta e nove anos! Mas de nada adiantava, tanta enfase. naquela frase. A octogenária, parecia está surda.
E assim os convidados, continuaram a festa, para eles mesmos. O que de fato era. Uma festa para que cada parente, se sentisse aliviado, da culpa de não serem a família que dona Anita merecia ter. Durante a festa, o sócio de José, Manoel ambos filhos da aniversariante. tenta puxar assuntos sobre negócios e o filho José com falso ar de severidade diz: Hoje não se fala de negócios. - nada de negócios hoje é o dia da mãe! A hipocrisia, continua a rolar e a aniversariante continua sentada a mesa, imóvel, e indiferente. Enquanto todos festejavam ela silenciosamente, reflete:
"...ela olhava os outros, a aniversariante. Oh o desprezo pela
vida que falhava. Como?! como tendo sido tão forte pudera dar à luz aqueles seres
opacos, com braços moles e rostos ansiosos? Ela, a forte, que casara em hora e tempo
devidos com um bom homem a quem, obediente e independente, ela respeitara; a
quem respeitara e que lhe fizera filhos e lhe pagara os partos e lhe honrara os
resguardos. O tronco fora bom. Mas dera aqueles azedos e infelizes frutos, sem
capacidade sequer para uma boa alegria. Como pudera ela dar à luz aqueles seres
risonhos, fracos, sem austeridade? O rancor roncava no seu peito vazio".
vida que falhava. Como?! como tendo sido tão forte pudera dar à luz aqueles seres
opacos, com braços moles e rostos ansiosos? Ela, a forte, que casara em hora e tempo
devidos com um bom homem a quem, obediente e independente, ela respeitara; a
quem respeitara e que lhe fizera filhos e lhe pagara os partos e lhe honrara os
resguardos. O tronco fora bom. Mas dera aqueles azedos e infelizes frutos, sem
capacidade sequer para uma boa alegria. Como pudera ela dar à luz aqueles seres
risonhos, fracos, sem austeridade? O rancor roncava no seu peito vazio".
De volta a realidade, a aniversariante e mãe, reage a tudo o que está acontecendo á sua volta, cuspindo do chão, xingando, os parentes e pedindo um copo de vinho. Sua ação assusta, todos ficam quietos, uns voltava a atenção para si mesmo. Como diz o ditado: "Para bom entendedor meia palavra basta" Logo depois os parentes, uma a um vão indo embora se despedindo da aniversariante com um beijo, Dona Anita volta a ser a aniversariante e mãe indiferente,
''A aniversariante recebeu um beijo cauteloso de cada um como se sua pele tão
infamiliar fosse uma armadilha".
Assim como no inicio, a aniversariante, termina, sua noite de festa da cabeceira da mesa.Sozinha. E seu único pensamento é : Será que hoje não vai ter jantar. No lado de fora os parentes se despendem entre si. Prometendo no próximo ano se encontrarem .para comemorar os noventa anos da MÃE.
Só no próximo ano a mãe voltará a ser mais importante que os negócios...
Por Bia Oliveira
Fonte: imagens Google
Foi maravilhoso, ler este conto de Clarice.