O primeiro amor
Há livros, à exaustão, que falam do primeiro amor e que nos enveredam pelos mais auspiciosos sentimentos do romantismo. Há canções de amor para todos os gostos. Canções que nos ajudam a atar os olhares e as promessas de amanhãs. Há canções e poemas de recomeços, desabafos exagerados de vida que segue sem as amarras de um amor que findou ou que nem chegou a existir. Embalava o amor em versos, Drummond, nosso poeta: “Que pode uma criatura senão, entre criaturas, amar? amar e esquecer, amar e malamar, amar, desamar, amar? sempre, e até de olhos vidrados, amar?” (...) “Este o nosso destino: amor sem conta, distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas, doação ilimitada a uma completa ingratidão, e na concha vazia do amor a procura medrosa, paciente, de mais e mais amor.” O primeiro amor não se trata apenas de Eros, o deus brincalhão que nos fere com sua flecha e nos impede o raciocínio. Paixão que nos embriaga de necessidades, de reciprocidades, de dizeres que n...