Ele disse bom-dia
Frequento, há algum tempo, uma academia de ginástica do meu bairro. As pessoas que lá trabalham são extremamente competentes e simpáticas. Nesta semana, quando cheguei, bem cedo, os funcionários da portaria diziam: “Ele disse bom-dia". E repetiam quase que atônitos: "Ele disse bom-dia". Entrei na sala de musculação, e os comentários de alguns professores iam na mesma direção: "Que estranho. Ele disse bom-dia". Gosto da prosa, mas não dedico muito tempo a investigar vidas alheias; entretanto, curioso, quis saber. Contaram-me que um homem, que nunca cumprimentava ninguém, entrou na academia dizendo bom-dia. Apenas uma vez. Mas pegou todos de surpresa. Uma funcionária havia dito que, no início, todos diziam bom-dia a ele. Depois, acharam deselegante incomodá-lo, já que ele não respondia. E, naquele dia, ele, enfim, dissera bom-dia. Parece estranho um simples dizer causar tanto movimento nos movimentos cotidianos. A ausência de polidez é um desperdício na ar...