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Mostrando postagens de agosto 3, 2014

Fernando Pessoa: Prece

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Senhor, que és o céu e a terra, que és a vida e a morte! O sol és tu e a lua és tu e o vento és tu! Tu és os nossos corpos e as nossas almas e o nosso amor és tu também. Onde nada está tu habitas e onde tudo está - (o teu templo) - eis o teu corpo. Dá-me alma para te servir e alma para te amar. Dá-me vista para te ver sempre no céu e na terra, ouvidos para te ouvir no vento e no mar, e mãos para trabalhar em teu nome. Torna-me puro como a água e alto como o céu. Que não haja lama nas estradas dos meus pensamentos nem folhas mortas nas lagoas dos meus propósitos. Fazer com que eu saiba amar os outros como irmãos e servir-te como a um pai. [...] Minha vida seja digna da tua presença. Meu corpo seja digno da terra, tua cama. Minha alma possa aparecer diante de ti como um filho que volta ao lar. Torna-me grande como o Sol, para que eu te possa adorar em mim; e torna-me puro como a lua, para que eu te possa rezar em mim; e torna-me claro como o dia para que eu te possa ver sempre em ...

E a guerra continua

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É inexplicável o que está acontecendo na faixa da Gaza. Inexplicável! Toda justificativa dada só mostra uma coisa: o fracasso das relações humanas. As cenas das crianças mortas são horrendas. Com elas, morre o futuro, a esperança, a possibilidade de um novo tempo. Tempo difícil este. As crianças que não morrem são ensinadas a odiar. Odeiam quem não conhecem. Odeiam por fazerem parte de outro povo, de outra religião, de uma gente que mata a sua gente. A faixa de Gaza é uma estreita faixa de terra localizada no Oriente Médio, fronteira com Egito e Israel. Grande parte de sua população é formada por palestinos que ali se refugiaram após a guerra árabe-israelense de 1948. Quantas tentativas de paz, quantos tratados assinados, quanta oração – aliás, os que matam se dizem religiosos. E colocam Deus para justificar essas atrocidades. Religião é religação, o que fazem é um desligamento. Por trás do discurso religioso, há outros interesses. Interesses econômicos são legítimos, desde que...