Tempos estranhos
Vivemos tempos estranhos. Essa frase talvez tenha sido dita, inclusive, em outros tempos, quando também houve estranhamentos na ação humana. Mas é sobre os tempos de hoje que escrevo, que lamento, que me preocupo. Tempos descartáveis. Jogamos fora pessoas e suas biografias. Descompromissados com a verdade, buscamos o poder a qualquer custo. Atacamos o outro, desprovidos de um dos mais nobres sentimentos, a compaixão. Tempos violentos. As mortes de cristãos na Líbia representam os horrores dos fanatismos religiosos que se sucedem em tantas outras partes do planeta. A violência também está dentro das casas. Violência simbólica e física. Mulheres continuam sendo espancadas, violentadas, agredidas em sua dignidade. Assim também as crianças que têm a inocência roubada por usurpadores de futuro. Tempos barulhentos. Gostamos dos mais diversos sons, menos do som do pensamento. Ouvimos barulhos...