Racismo: um crime lamentável
O racismo é um crime lamentável. E mais do que isso, é uma prova do apequenamento do ser humano. Da ausência de razão. De emoções estranhas, capazes de fazer com que uma pessoa sinta-se superior à outra. Triste humanidade desumana. No passado, os horrores da escravidão macularam nossas ações. Mulheres e homens tratados com brutalidade. Arrancados de sua pátria para servir de objeto aos “senhores”. A literatura é recheada de histórias dessa dor e indignidade. "Pai contra mãe", de Machado de Assis, narra a trajetória dolorosa de uma escrava fugitiva que sonhava com o direito de ser mãe. Direito, eles não tinham. Nem de amar. Eram arrancados dos seus sem nenhuma comiseração.
Bom ver que nossa Constituição e nossas leis são rigorosas contra essas horrendas atitudes. Mas, na prática, ainda temos o desprazer de ver pessoas que cultivam o racismo em seu interior e o exteriorizam quando não refletem. A atitude, tão comentada na mídia, da torcedora de um time de futebol, infelizmente, não é uma atitude isolada. É deplorável que tenhamos que conviver com isso. Toscos pensamentos de superioridade. Será que os graves crimes contra a humanidade não serviram ao menos de exemplo do que somos capazes quando nos julgamos melhores que os outros? É preciso educar nossa gente. Educar para os valores de uma convivência correta.
O respeito ao outro tem que ser o norte de nossas vidas. Somos cidadãos. Convivemos com todas as diferenças que nos fazem belos, que nos dão a unicidade da existência. Somos únicos e membros de uma mesma família humana. E não há nenhuma razão para que nos sintamos melhores nem piores que os outros.
Respeito. É disso que precisamos para prosseguir. Como ensinou Mandela, "ninguém nasce odiando outra pessoa devido à cor de sua pele, à sua origem ou ainda à sua religião. Para odiar, é preciso aprender. E se podem aprender a odiar, as pessoas também podem aprender a amar". Amemos, então.
Por: Gabriel Chalita (fonte: Diário de S. Paulo) | Data: 05/09/2014
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