Somos todos brasileiros
Nada justifica o preconceito. Nada. Nem alegrias nem decepções. Nem celebrações de vitórias nem lamentos de derrotas. O preconceito é feio. É mesquinho. É a prova de que ainda temos muito a aprender na arte de conviver com as diferenças. Opiniões diferentes, olhares diferentes para temas diferentes, pessoas diferentes.
Vez ou outra, por alguma razão, surgem pessoas que disparatam os seguintes dizeres: “eu não sou preconceituoso, mas...”. A palavra que introduz a triste mensagem que será dita já é uma amostra de que o que vem não foi fruto de reflexão, mas de impulsos gerados por emoções estranhas. Ganhar ou perder uma eleição. Ganhar ou perder o campeonato de futebol. Ganhar ou perder na sugestão, na opinião, faz parte. Mas é preciso que o vencedor tenha humildade; e o perdedor, também. Até porque nada é definitivo. E o conceito de vencedor e perdedor é bastante relativo. Nessas eleições, vozes se pronunciaram mostrando o quão feio é o preconceito. Somos todos filhos de um mesmo país. De um gigante que tem mulheres e homens com sotaques diferentes, religiões diferentes e formas diferentes de ver o mundo. Mas somos únicos no sonho de termos direito a um futuro, de melhorarmos o que nos envergonha e de aprimorarmos o que já conquistamos. Juntos. Não há estado melhor ou pior. Não há região melhor ou pior. Não há mulher e homem melhores ou piores. Cada um exerce o sagrado direito de ser livre. Liberdade que requer responsabilidade. Porque o outro, também, é livre. Liberdade que significa usar a razão. Usa a razão quem controla os ímpetos, as incontinências que levam a agredir. Quantas palavras malditas em redes sociais, quanto descuido com o outro, cidadão como eu, brasileiro como nós.
Sejamos, como diz o nosso hino, "um povo heroico", que preza pela igualdade, pela liberdade. Afinal, "Brasil, de amor eterno seja símbolo". Um amor que vence qualquer divisão, qualquer indisposição.
Por: Gabriel Chalita (fonte: Diário de S. Paulo) | Data: 31/10/2014
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